Política

Ramalho Eanes sobre Marcelino da Mata: “O que se deve discutir é a guerra”

19 fevereiro 2021 11:18

Marcelino da Mata morreu com 80 anos

alberto frias

O ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, disse ao Expresso: “O que deve ser discutido é a guerra”. Mas a presença do chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa no funeral de Marcelino da Mata, um combatente africano que foi incorporado no Exército no lugar do irmão e dirigiu operações “irregulares” na Guiné, mostra que Portugal tem de fazer um debate sobre a “política de memória”

19 fevereiro 2021 11:18

Foi incorporado no serviço militar no lugar do irmão, em janeiro de 1960 e, 51 anos depois, não resistiu à pandemia da covid-19, doença que o vitimou. Teve direito a funeral com a presença do chefe de Estado, voto de pesar na Assembleia da República e uma polémica que polarizou extremos. “Nunca foi herói. Os heróis têm um ideal, Marcelino da Mata não o tinha”, disse ao Expresso o coronel Carlos Matos Gomes, militar da revolução de Abril, que combateu na Guiné durante a Guerra Colonial, alertando que a polémica que se gerou em torno deste homem, apresentado como o militar mais condecorado do Exército português, é uma tentativa de “reescrita da História”.

Marcelino da Mata era “muito sereno". "Mas era violento. Media muito bem os riscos, fazia uma análise muito ponderada das situações. Sabia sempre como sair das operações” em que participava cumprindo ordens das então autoridades portuguesas, diz Carlos Matos Gomes.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.