O adeus a David Corrêa, lendário compositor do Carnaval carioca

David Corrêa cantou na Tradição em 2013. Foto: Reprodução

Morreu neste domingo (10), aos 82 anos, David Corrêa, o maior vencedor de sambas-enredo da história da Portela (sete vezes), ao lado de Noca da Portela. O compositor também fez história ao vencer sambas em diversas outras agremiações, como Mangueira, Salgueiro, Vila Isabel e Imperatriz, além de ser autor de clássicos gravados por Elza Soares, Almir Guineto, Maria Bethânia, Reinaldo e outros grandes nomes.

David estava internado no CTI do Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins, desde o último sábado (2), e faleceu após apresentar piora no quadro de insuficiência renal. Neste domingo, ele chegou a passar por uma sessão de hemodiálise, mas não resistiu. Familiares, no entanto, dizem que o hospital informou que a causa da morte foi covid-19. Em abril, o sambista havia passado por uma cirurgia no pulmão após ser atropelado em Jacarepaguá, mas chegou a receber alta.

Na Portela, David venceu as disputas de samba em 1973, 1975, 1979, 1980, 1981, 1982 e 2002. Na década de 1970, ainda ajudou a defender o samba na Avenida por diversas vezes.

Viúvo, ele deixa cinco filhos. O sepultamento foi nesta segunda-feira, às 13h, no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá.

O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento de David Corrêa, um dos maiores expoentes da Ala de Compositores Ary do Cavaco, e se solidarizam com seus familiares e amigos. Perdemos um gigante!

Carreira brilhante

David Correa ingressou na ala de compositores da Portela em 1972. No ano seguinte, venceu seu primeiro samba na Azul e Branco, “Passárgada, o Amigo do Rei”. Em 1975, com o samba-enredo “Macunaíma, Herói de Nossa Gente””, viu sua carreira decolar após defender o samba-enredo na Avenida, ao lado de Clara Nunes e Silvinho do Pandeiro. A composição, ainda, seria gravada por Clara Nunes, com direito a clipe.

Em 1976, David lançou pela Polydor o seu primeiro LP, “Menino Bom”. Em 1981, veio o LP “Lição de Malandragem”. Ele também lançou “Pique Brasileiro”, em 1986, e “Chopp Escuro”, em 1991. Seu maior sucesso fora do carnaval foi “Mel na Boca”, eternizado por Almir Guineto. David também é autor, por exemplo, de “Bom dia, Portela”, sucesso na voz de Elza Soares, e “Estrela de Oyá”, revivida com muito sucesso por Reinaldo na década de 2000.

Considerado um dos maiores bambas da Portela, foi homenageado diversas vezes pelo Departamento Cultural da escola. A última delas foi em junho de 2018, quando participou de um debate sobre samba-enredo na sede da Portela, com a presença de outros grandes compositores da escola.

Sambas-enredo da Portela compostos por David Correa:

1973- Passárgada, o Amigo do Rei
1975- Macunaíma, Herói de Nossa Gente
1979- Incrível, Fantástico, Extraordinário!
1980- Hoje Tem Marmelada
1981- Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de Uma Noite
1982- Meu Brasil Brasileiro
2002- Amazonas, esse Desconhecido! Delírios do Eldorado Verde

Escolas lamentam perda










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