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Fenprof exige a Marcelo que tenha “respeito pelos professores e sua luta”

A Federação Nacional dos Professores refere que as palavras do Presidente foram proferidas em “tom jocoso”, o que “desrespeitou e desvalorizou” a luta dos docentes.
17 Junho 2019, 16h16

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) exige que o Presidente da República tenha “respeito pelos professores, os seus direitos e a sua luta”. Numa nota enviada à comunicação social, a entidade sublinha que “não quer alimentar polémica acerca das palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, em Portalegre, por altura das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Contudo, a Fenprof saliente que “a questão é que essas palavras vêm na sequência de afirmações em que, declaradamente, Marcelo Rebelo de Sousa tomou partido pela posição do Governo (de apagar tempo de serviço), quando deveria manter-se imparcial. E fê-lo num momento particularmente importante para o desfecho do debate na Assembleia da República;

A Fenprof recorda uma entrevista de 23 de abril, à “RTP”, na qual Marcelo Rebelo de Sousa “apoiou a posição do Governo, de apenas recuperar 2 anos, 9 meses e 18 dias, e fê-lo em pleno debate parlamentar sobre a matéria; esse apoio surgiu poucos dias depois de todos os grupos parlamentares, com exceção do PS, terem apresentado e debatido diversas apreciações parlamentares destinadas a alterar o decreto-lei do governo, que impedia a recuperação integral, e poucos dias antes de a discussão baixar à comissão parlamentar e subir a sessão plenária para votação final, ou seja, num período em que, do Senhor Presidente da República, se esperava isenção e respeito pelo debate parlamentar em curso, que era importantíssimo para os professores”.

Já sobre as palavras proferidas no passado dia 9 de junho, a Fenprof afirma que estas foram feitas “em tom jocoso e diretamente para a comunicação social presente. As palavras proferidas foram estas e não outras “942, só faltam mais 3 números para um número telefónico; antigamente é que eram 6, agora são 9”, a que acrescentou “podia ser Portugal 9, a Holanda 4 e depois 2 foras de jogo”.

A Fenprof refere que “com estas palavras dirigidas aos jornalistas, a que se seguiu o riso dos que acompanhavam, Marcelo Rebelo de Sousa desrespeitou e desvalorizou a luta dos professores, que, em relação à carreira, tem como símbolo principal o tempo de serviço que cumpriram (9A 4M 2D) e que continua por ser recuperado na totalidade”.

O comunicado da Fenprof surge após as declarações do Presidente da República no domingo, onde advertiu que, “por definição”, não “entra em guerra com nenhuma classe profissional, menos ainda com a dos professores”, porque “é professor”, considerando serem incompreensíveis as críticas da federação dos professores, que o acusou de não ser Presidente de todos os portugueses, alegando que a história contada pelos sindicalistas do 9.4.2 é “mal-amanhada”.

“Transformar isso numa guerra é uma coisa que não tem o mínimo sentido”, salientou o Presidente da República, lembrando ter sido criticado por outras classes profissionais por receber os professores no meio de um processo legislativo, como foi o do tempo de contagem de carreira dos docentes.

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