O filme “Ainda estou aqui”, do diretor brasileiro Walter Salles, estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas em todo o Brasil. O longa, que tem recebido elogios pela crítica internacional, concorre à vaga para o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025.
A obra, baseada em fatos reais, é protagonizada por Fernanda Torres e possui também a participação especial de sua mãe, Fernanda Montenegro. Selton Mello, Humberto Carrão, Dan Stulbach e Marjorie Estiano também estão no elenco do filme.
“Ainda estou aqui” é baseado no livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva. A história conta a trajetória de sua mãe, Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), durante a ditadura militar no Brasil após seu pai, Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), ser levado pelos militares e desaparecer.
Distribuído pela Sony Pictures no Brasil, o filme se passa, na maior parte, na década de 70 do século 20, momento da história do Brasil que abarcou os “anos de chumbo” e período de maior violência e repressão da ditadura. Como consequência, a morte de Rubens foi confirmada apenas 40 anos depois na Comissão Nacional da Verdade. Veja o trailer oficial:
Oscar e premiações
“Ainda estou aqui” foi indicado pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar.
Caso o filme seja selecionado, essa será a primeira vez que o Brasil vai disputar nessa categoria no Oscar desde "Central do Brasil", que em 1999 concorreu também com a indicação de Melhor Atriz — em 2004, "Cidade de Deus", dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, recebeu quatro indicações, mas em categorias diferentes (direção, roteiro adaptado, montagem e fotografia).
"Ainda estou aqui" já garantiu outros prêmios:
- Festival Internacional de Cinema de Veneza: Osella de Ouro de Melhor Roteiro;
- Festival Internacional de Cinema de Vancouver: Prêmio do Público;
- Festival de Cinema de Mill Valley: Melhor Filme Global;
- Mostra Internacional de Cinema de São Paulo: Melhor Ficção Brasileira.
Crítica internacional
O filme teve sua estreia internacional em setembro, no Festival de Veneza, na Itália, comovendo a audiência e recebendo dez minutos de aplausos ao final da exibição.
Nas avaliações online, a percepção segue a mesma. No Rotten Tomatoes, um dos principais sites de avaliações da internet, o filme acumula 91% de aprovação das 23 avaliações dos críticos.
No Metacritic, a obra está com uma pontuação de 79/100 em cima de 11 reviews de críticos.
Na mídia especializada, o "The Hollywood Reporter" chama o longa brasileiro, "um dos melhores de Salles", de "uma história poderosa da resistência de uma família desfeita", com destaque para Fernanda Torres, que "é um modelo de contenção eloquente". "Ainda estou aqui é um filme emocionante e profundamente comovente, com um profundo sentimento de emoção".
Na "Variety", o filme é "doloroso e bonito", com uma "história contada com beleza e dignidade". "Retrato profundamente comovente da memória sensorial de uma família — e uma nação rompida", resume a revista.
A IndieWire afirma que "Ainda estou aqui" é "um amável filme autobiográfico" e diz que "a atuação de Fernanda Torres é tão espetacular quanto sua filmografia sugere". “[Ela] é uma das maiores atrizes do continente sul-americano", diz o veículo especializado.