O avanço da IA na China depende diretamente de água - e aqui está o motivo

Com a crescente aposta em sistemas com inteligência artificial, a China está inaugurando novos e poderosos datacenters (locais que abrigam servidores) para dar suporte a esse avanço. Um dos problemas é que essas infraestruturas consomem grande quantidade de água para resfriamento.

Segundo a organização independente China Water Risk, o país em breve deve consumir 1,3 trilhão de litros de água em seus centros de processamento de dados, o que é equivalente ao uso residencial de 26 milhões de pessoas. Calcula-se que esse número suba ainda mais até 2030, para 3 trilhões de litros — suficiente para abastecer a população inteira da Coreia do Sul, por exemplo.

Por que isso importa?

Treinar e manter modelos de IA consome muita energia e gera muito calor. Por isso, empresas usam água para resfriar o hardware de seus datacenters.

Em 2023, a Microsoft, parceira da OpenAI no treinamento do ChatGPT-3, consumiu 700 mil litros de água. Esse número é semelhante ao utilizado para resfriar um reator nuclear.

Chatbots, com chips que consomem muito mais eletricidade, usam muito mais energia do que os métodos convencionais de informações online.

A China Water Risk diz que se 100 milhões de usuários conversarem com o ChatGPT, a água usada é equivalente a 20 piscinas olímpicas. Se as mesmas pesquisas fossem feiras no Google, consumiria apenas uma piscina.

Se isso continuar ocorrendo, são esperados efeitos devastadores em partes do mundo onde os recursos hídricos são escassos, de acordo com o CEO da empresa de tecnologia Arm Holdings, Rene Haas.

Para ele, é preciso encontrar novas maneiras de treinar e alimentar esses modelos de IA com chips mais eficientes em termos energéticos. Se isso não ocorrer, até o fim dessa década os datacenters do mundo passarão a utilizar mais eletricidade do que a Índia, nação mais populosa do mundo.

As informações são do site Futurism.

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