Instagram está ligado à depressão, ansiedade e insônia em crianças, diz ação movida por Estados dos EUA

(Reuters) - Dezenas de Estados norte-americanos estão processando a Meta e o Instagram sob a alegação de que elas contribuem para uma crise de saúde mental de jovens através da natureza viciante das suas plataformas de redes sociais.

Em uma queixa apresentada nesta terça-feira no tribunal federal de Oakland, na Califórnia, 33 Estados norte-americanos, incluindo Califórnia e Illinois, disseram que a Meta, que também opera o Facebook, tem enganado repetidamente o público sobre os consideráveis perigos de suas plataformas e induzido conscientemente crianças e adolescentes ao vício e ao uso compulsivo de mídias sociais.

"A pesquisa mostrou que o uso das plataformas de mídia social da Meta pelos jovens está associado à depressão, ansiedade, insônia, interferência na educação e na vida diária e muitos outros resultados negativos", afirmou a denúncia.

O processo é o mais recente de uma série de ações judiciais contra empresas de mídia social em nome de crianças e adolescentes. O TikTok, da ByteDance, e o YouTube, do Google, também são alvo de centenas de processos movidos em nome de crianças e distritos escolares relacionados ao vício em redes sociais.

"A Meta tem se aproveitado de tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair, envolver e, em última análise, ludibriar jovens e adolescentes", disse a denúncia. "Seu motivo é o lucro."

O processo busca uma variedade de soluções, incluindo penalidades civis substanciais. A Meta afirmou que tem procurado manter os jovens seguros online.

"Estamos desapontados porque, em vez de trabalhar de forma produtiva com empresas de todo o setor para criar padrões claros e adequados à idade para os muitos aplicativos que os adolescentes usam, os procuradores-gerais escolheram esse caminho", disse a Meta em comunicado.

Grande parte do foco na Meta vem da divulgação de documentos em 2021 que mostraram que a empresa tinha dados que mostravam que o Instagram, que começou como um aplicativo de compartilhamento de fotos, era viciante e piorava os problemas de imagem corporal de algumas adolescentes.

O processo alega que a Meta se esforça para garantir que os jovens passem o máximo de tempo possível nas redes sociais, apesar de saber que os cérebros dos adolescentes são suscetíveis à necessidade de aprovação sobre seu conteúdo na forma de "curtidas' por outros usuários. A Meta negou publicamente que sua mídia social fosse prejudicial, segundo o processo.

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Os procuradores-gerais de New Hampshire e Washington DC disseram que entraram com ações judiciais relacionadas nos tribunais locais. A previsão é de que outros sete Estados norte-americanos abram processos semelhantes nesta terça-feira, elevando o número total de Estados processando para 42.

(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York e Diane Bartz, David Shepardson e Nate Raymond)

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