O Brasil é o terceiro maior consumidor de APIs em todo o mundo, ficando atrás somente da Índia e dos EUA neste quesito. Somente em 2022, foram 52,4 milhões de APIs movimentando os negócios, revela pesquisa feita pela F5, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Mas há questões relevantes a serem resolvidas, entre elas, as vulnerabilidades do desenvolvimento e a pouca maturidade das empresas. E como as APIs são aplicação para aplicação, as empresas tentam entender como monetizar o negócio.
"Os desenvolvedores fizeram as APIs para ganhar rapidez e deixaram a segurança de lado. As APIs passam, hoje, o mesmo que aconteceu com as Web Applications ao longo dos últimos 20 anos: a rápida disseminação de um novo modelo sem, no entanto, o alinhamento às melhores práticas de segurança”, conta o Líder de Soluções da F5, Vitor Gasparini.
A constatação que a segurança não foi prioridade está no levantamento global. Numa resposta de múltipla escolha, 30% dos desenvolvedores e gestores indicaram que falhas de autenticação, autorização ou controle de acesso de APIs são suas maiores preocupações. 18% sofrem com vazamentos de dados, enquanto 16% lutam com dificuldades de segurança trazidas pela própria lógica dos negócios – falhas frequentemente ligadas a ecossistemas ou marketplaces. 13% tentam contornar falhas nos processos de logging e monitoramento e, finalmente, 8% acusam o golpe de ataques DoS focados nas APIs.
A monetização das APIs começa a acontecer, especialmente, com o 5G e o edge computing ganhando escala. “Da rede 5G às principais aplicações do mercado, tudo é software, tudo é conectado em diversas camadas. As APIs são críticas neste modelo e seguirão se expandindo. É fundamental adicionar a este contexto a visão security by design desde o desenvolvimento da linguagem até sua publicação e consumo”, observa Vitor Gasparini.
O levantamento confirma a expectativa de monetização. A edição 2023 do estudo State of APIs, realizado pela Postman a partir de entrevistas online com 40.000 desenvolvedores e gestores de TI de todo o mundo, indica que 75% deste universo afirma que as APIs geram riqueza para as organizações onde trabalham. 60% veem as APIs como produtos digitais de suas empresas, enquanto 43% vão além e afirmam que 25% da rentabilidade da organização está baseada na publicação e consumo de APIs.
“Para ser bem-sucedida, a monetização exige que o acesso à API seja gerenciado com rigor. O cliente que contratar, por exemplo, um serviço premium de consumo de APIs, necessariamente tem mais direitos de acesso do que um cliente que paga o mínimo”, completa Gasparini.
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