Silva Batuta despontou no Corinthians, mas sua grande paixão foi o Flamengo

Muitos jogadores tiveram na história da bola boas passagens tanto pelo Corinthians quanto pelo Flamengo.

Mas poucos atletas do nosso futebol têm a honra de constar nas galerias de ídolos das duas maiores torcidas do Brasil.

Walter Machado da Silva, o Silva Batuta, que morreu aos 80 anos na noite da última terça-feira (30), foi uma dessas raras exceções.

Silva teve no início de carreira passagens pelo São Paulo, pelo Batatais e pelo Botafogo-SP.

Mas despontou MESMO quando vestiu a camisa do Corinthians, onde chegou em 1962.

No Parque São Jorge, em 140 jogos marcou 89 gols.

Ou seja, teve por lá a incrível média de 0,63 gol por jogo (para efeito de comparação, a média da carreira de Ronaldo Fenômeno é de 0,67 gol por jogo).

Só não levantou troféus com o Timão porque o Alvinegro já vivia naquela época o início de seu jejum de títulos (1954 – 1977).

Mas, em 1964, Silva deixou o Parque São Jorge para encontrar na Gávea o caminho das taças e a sua grande paixão no futebol.

Sim, Silva adorava o Corinthians, mas se apaixonou perdidamente pelo Flamengo, onde foi campeão carioca em 1965 e onde marcou 68 gols em 132 partidas (média de 0,51 gol por jogo).

O amor pelo Rubro-Negro foi tão arrebatador que Silva, paulista de Ribeirão Preto-SP, não quis saber de voltar para a sua terra após pendurar as chuteiras.

Para ficar mais próximo de seu clube de coração, permaneceu na Cidade Maravilhosa até a noite de ontem, quando não resistiu após semanas internado no Hospital Pró-Cardíaco.

Silva foi diagnosticado há alguns dias com Covid-19, mas os médicos não confirmam a relação da morte do grande artilheiro com a doença causada pelo novo coronavírus.

 

GOLEADOR TAMBÉM COM OUTROS MANTOS

Mas a carreira de Silva não ficou restrita aos clubes de maiores torcidas do Brasil.

Ele passou também pelo São Paulo (como disse no início do texto), pelo Santos (campeão paulista em 1967), pelo Vasco (campeão carioca em 1970), pelo Botafogo e pelo Rio Negro-AM.

E o atacante brilhou também no exterior, defendendo o Barcelona-ESP (foram poucas partidas, mas jogar na Espanha naquela época não era para qualquer um), o Racing-ARG (muito querido pela torcida do time do El Cilindro), o Junior Barranquilla-COL e o Tiquire Flores-VEM.

Além disso, Silva conseguiu em 1966 desbancar a fortíssima concorrência e ser convocado para a Copa do Mundo da Inglaterra.

Sua única chance no Mundial, no entanto, foi contra Portugal, quando o Brasil já estava virtualmente eliminado com Garrincha de fora e Pelé "baleado".

E, para entender um pouco melhor a vitoriosa carreira de Silva Batuta, eu peço que o amigo internauta veja as "milhares" fotos que selecionei abaixo.

Elas fazem parte do maravilhoso acervo da seção "Que Fim Levou?".

E muito obrigado pelos serviços prestados ao nosso futebol, Silvio Batuta!

Um grande artilheiro por onde passou!