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Fogo-amigo: A sangria de Bruno Reis por aliados tem prazo de validade

Por Fernando Duarte

Fogo-amigo: A sangria de Bruno Reis por aliados tem prazo de validade
Foto: Antonio Queirós/ Divulgação/ CMS

Publicamente ninguém fala sobre o assunto. Mas, na rádio corredor, quase nenhum político se furta em avaliar que a movimentação de Geraldo Jr., capitão de uma reunião de partidos pequenos como MDB, PSC, PTB e SD, tem o propósito de desgastar o nome do vice-prefeito Bruno Reis (DEM) na corrida pela indicação de ACM Neto para disputar o Palácio Thomé de Souza em 2020. O presidente da Câmara de Vereadores de Salvador aposta alto e, a depender da condução final, pode acabar isolado do grupo que atualmente o dá suporte.

 

Mesmo que ACM Neto tenha dito que cravar Bruno Reis como candidato a prefeito no próximo ano seria um exercício de vidência, os movimentos dos aliados sugerem exatamente o contrário. Como o atual vice já está confirmado na cabeça de chapa, é preciso mobilizar partidos para tentar capitalizar a segunda vaga na majoritária soteropolitana. Tanto que, nos bastidores, Léo Prates e Geraldo Jr. aparecem como jogadores com chances maiores que outros nomes que sequer aparecem na mídia. Enquanto Prates tenta trazer um partido que ainda marcha com Rui Costa no plano estadual, Geraldo Jr. vai pelo uso da “prata da casa” para se viabilizar.

 

No comparativo entre ambos, Geraldo Jr. tem o empecilho de que os partidos do seu entorno podem conversar com ACM Neto e fechar um entendimento para não permanecer com essa “independência”. Com a máquina – e uma força política expressiva –, o prefeito não precisaria de muito esforço para se reaproximar de figuras como Benito Gama, do PTB, e Heber Santana, do PSC, partidos que já em 2018 estiveram ligeiramente distantes do grupo de ACM Neto e não lograram êxito nas urnas. Basta um papo de pé de ouvido e o coração deles pode ser facilmente amolecido. O mesmo vale para Luciano Araújo, do SD, que tenta há alguns anos obter alguma vitória eleitoral – nenhuma relevante nos registros recentes.

 

O MDB, inclusive, é um caso à parte. É como se fosse atualmente o patinho feio da política na Bahia. Apesar de relativa robustez nacionalmente, encolheu em terras baianas e ainda não conseguiu superar o episódio das malas de R$ 51 milhões de Geddel Vieira Lima. Portanto, ter os emedebistas ao lado não significa, necessariamente, algo a ser comemorado publicamente. Por isso são frágeis as chances desse projeto vingar em um longo prazo.

 

Em razão dessa sangria a Bruno Reis, o chamado fogo-amigo, ACM Neto pode manter o calendário de apresentação do candidato do grupo em dezembro. Quanto antes o prefeito indicar o postulante à própria sucessão, maior a chance de evitar desgastes programados por movimentações como a do grupo liderado por Geraldo Jr. E, ainda que todos os envolvidos neguem que esse seja o objetivo primordial, basta perguntar a políticos que acompanham o processo, mas observam de longe. Será praticamente uma unanimidade.

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (21) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM e Alternativa FM Nazaré.