Diferente dos dois anteriores, o Double Dragon III não foi desenvolvido pela Technos no Japão, mas sim pela East Technology. Talvez por isso, essa sequência é bem diferente, tanto em estilo gráfico quanto na jogabilidade.

Em termos técnicos, a conversão é a melhor da trilogia do Mega Drive, mesmo que ele tenha diversas falhas que o afastam de ser um beat´em´up clássico e atemporal como Streets of Rage ou Golden Axe. Além disso, foi o único dos três a ser lançado oficialmente no Brasil pela Tectoy. Já o port em si, ficou a cargo da Software Creations.

A história permanece tão simples quanto de seus dois anteriores. A namorada de Billy, Marian, novamente foi capturada. A diferença é que dessa vez uma vidente diz para os irmãos Billy e Jimmy pegarem três pedras Rosetta para conseguirem libertá-la.

MELHOROU MUITO…

Comparado aos dois jogos lançados anteriormente no Mega Drive,  Double Dragon III é um “salto”. O primeiro ponto que chama a atenção são os gráficos que, comparado aos antecessores, é visível a sua melhora. Os visuais estão mais realistas e detalhados, com direito a degradês de cores.

Fora isso, houve um esforço em diversificar a experiência, e cada fase conta com inimigos próprios. Ou seja, a da cidade conta com gângsters, a do Japão conta com lutadores de artes marciais, a do templo possui samurais e assim sucessivamente. Isso evita a sensação de mesmice e repetição que tradicionalmente os jogos beat´em´up possuem. Ponto para os desenvolvedores!

Por falar em diversificação, há temas bem variados e que saem da “zona de conforto”, como a fase em um templo no Egito. Também há a possibilidade de jogar com novos personagens além dos tradicionais Billy e Jimmy.

A jogabilidade é a mais simples possível: há um botão para chutar, outro pra socar e um para pular. Só isso que você precisa aprender, e o objetivo é como em todos os beat´em´ups: enfrentar uma ordem de inimigos e, após derrotá-los, prosseguir pela fase. Também é possível comprar itens em lojas com as moedas adquiridas ao longo do gameplay, o que diversifica a experiência.

…AINDA SIM, PODIA SER MUITO MELHOR!

Double Dragon III

Infelizmente, o game possui muitos defeitos, que tornam a experiência frustrante pra muita gente.

Talvez o primeiro ponto que chama a atenção pelo lado negativo seja as animações. Era um ponto que deixava a desejar nos dois primeiros games e aqui não é diferente. Os personagens parecem “duros” na hora de se mexer e simplesmente não é bonito.

As músicas também tiveram uma evolução  significativa quando comparado ao Double Dragon II lançado exclusivamente no Japão pro Mega, só que ainda sim, ela podia ser melhor. Há fases com faixas legais e outras nem tanto, com um barulhinho um pouco repetitivo e porque não, meio genérico.

A fase 4, que se passa na Itália, também parece não condizer com a proposta do título. É bacana procurar diversificar a experiência trazendo elementos singulares em cada um dos cenários, mas nesse caso há inimigos com arco e flecha e personagens montados em cavalos com armaduras medievais. Fica aquele sentimento de “nada a ver” para um jogo que sempre teve cenários urbanos e parece sempre se passar na contemporaneidade.

Além disso, mesmo tendo elogiado os gráficos anteriormente, eles ainda deixam a desejar, e o Mega Drive já tinha provado nesta época que poderia ter visuais muito melhores. O jogo continua pequeno, e em 30 minutos é possível finalizá-lo, e não há muitos estímulos ao jogador para retornar ao game.

Por fim, o game ainda sofre do mesmo mal das conversões anteriores do Mega Drive. O sistema de colisão ainda é falho. Há casos em que você está certo de que acertou o inimigo, mas isso não é computado.

No fim das contas, o Double Dragon 3: Rosetta Stone é o melhor game da trilogia do o Mega Drive. Mesmo assim, ele está longe de ser um clássico atemporal como outros beat´em´ups do console. Entre erros e acertos, esse game vale a conferida pela curiosidade e também para conhecer a série que é precursora do gênero.