Sempre ouvi dizer da fúria que tem cores várias
(nomeadamente um amarelo muito agreste),
e várias vezes me interroguei sobre o mérito da questão,
entre fomes e Áfricas.
Entre muitíssimas pausas dietéticas dessa possibilidade temperamental,
por vezes me ocorre (equilibrado pelo vinho)
alvitrar que a fúria vem
(para alguns ilustres e para muitos meramente frustrados)
de muitos dias a tentar dar cor e brilho
ao que pouco mais é que um silêncio
(ou um arroto).
É indesmentível, a propriedade do silêncio,
na possibilidade de sermos nós.
Mesmo se fracos.
Rui A.
Aguarela, ou
Publicado em 11 de Janeiro de 2019