Apesar de ser uma das mais utilizadas comodidades do século XXI, a internet móvel ainda não é uma realidade consagrada e acessível em todo o mundo. Embora esteja bem presente nas sociedades ocidentais e desenvolvidas, a internet continua a ser um bem doseado, caro ou inexistente em algumas regiões do planeta. Em Cuba, dá-se o primeiro caso. No entanto, uma medida recente, que pretende instalar uma cobertura 3G em todo o país, vai também dar aso à comercialização dos primeiros pacotes de dados móveis. O "luxo" não é para todos, mas há um conjunto de utilizadores selecionados que vai poder começar a usufruir do serviço muito em breve.

Os primeiros a obter acesso à internet móvel serão os jornalistas das agências noticiosas detidas pelo Estado. A rede vai ser fornecida pela empresa pública de telecomunicações ETECSA, que não tem qualquer concorrência no segmento.

"Foi uma mudança radical. Agora posso atualizar-me sobre todas as notícias onde quer que esteja", comentou Yuris Norido, jornalista de 39 anos, que já garantiu um pacote de dados móveis no seu smartphone.

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Note que apesar desta abertura, o governo cubano exerce forte controlo sobre a imprensa local. Tal como acontece na China, o executivo também já bloqueou o acesso a vários sites tidos como "dissidentes" para a ordem civil. Em contrapartida, Miguel Díaz-Canel, o novo presidente do país, eleito em abril deste ano, acredita que a internet pode ser uma peça chave na impulsão da economia local.

De acordo com a ETECSA, as novas regras de acesso à internet móvel vão ser "para todos", uma vez que os planos de dados serão disponibilizados a todos os 5 milhões de clientes que a empresa tem no sector móvel, até ao final de 2018.

Recorde-se que Cuba só tem pontos de Wi-Fi públicos desde 2015. Atualmente, o acesso à internet em Cuba é fortemente limitado, caro, e o tráfego é doseado por utilizador. Em comparação, o acesso à intranet cubana é substancialmente mais barato.

O atraso neste sector tem muitas justificações históricas, como é o caso do embargo comercial aplicado pelos Estados Unidos da América e das preocupações que o executivo tem demonstrado em controlar a informação que chega à sua população. Até 2013, a internet só estava disponível para o público em determinados pontos turísticos e hotéis.

Nos últimos anos, os cubanos têm predominantemente recorrido aos cibercafés e às zonas públicas de Wi-Fi para navegar online. O preço, no entanto, é impeditivo para muitos cubanos. Por hora, o acesso a estes pontos custam cerca de 1 dólar, ao mesmo tempo que o vencimento médio (mensal) é de apenas 30 dólares. No caso do acesso móvel, a ETECSA vende pacotes de 4GB por 45 dólares.

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