Seguindo uma diretiva do Departamento de Segurança Interna, o Senado aprovou esta segunda-feira uma emenda que proíbe a utilização de software da Kaspersky Lab pelos organismos e serviços do governo dos Estados Unidos.
A ordem de desinstalação e substituição dos produtos de segurança da Kaspersky foi dada quarta-feira passada, dia 13 de setembro, numa decisão motivada por suspeitas de ciberespionagem entre a fabricante e o seu país de origem, a Rússia.
Em julho, o governo norte-americano já tinha removido a empresa russa da lista de "fornecedores aprovados", impedindo-a de obter novos contratos.
Do lado da Kaspersky negam-se as acusações, com a empresa a afirmar que não colabora com nenhuma operação de ciberespionagem, pelo contrário, "ajuda todos os governos e polícias a lutar contra o cibercrime", reiterou Alfonso Ramírez, diretor geral da Kaspersky Labs Iberia, no evento de lançamento de novos produtos, em Madrid, que acabou por acontecer no rescaldo da decisão do governo norte-americano.
“Somos uma empresa privada que nem sequer está cotada em bolsa, ou seja, não podemos ser pressionados a fazer algo que vá contra os nossos princípios. Aquilo que queremos fazer é lutar contra o cibercrime”, referiu o responsável ibérico em resposta aos jornalistas portugueses. “A decisão foi tomada sem qualquer prova de que estamos a fazer alguma coisa que vá contra o código ético de qualquer empresa de segurança, baseada apenas em presunções e desculpas geopolíticas”, acrescentou.
Do lado da empresa russa, está programada uma visita do seu “mentor” Eugene Kaspersky aos Estados Unidos, na próxima, para argumentação contra o sucedido. Do lado dos Estados Unidos há quem queira alargar a decisão à administração federal e estadual, transformando-a em “lei” no país.
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