Por France Presse


Nancy Hatch Dupree, em foto tirada em novembro de 2016 no Centro sobre o Afeganistão da Universidade de Cabul — Foto: Mohammad Ismail/Reuters/Arquivo

A historiadora americana Nancy Hatch Dupree, que dedicou a maior parte de sua vida a preservar o patrimônio do Afeganistão, morreu neste domingo (10) aos 89 anos em um hospital de Cabul.

A morte da chamada "avó do Afeganistão", muito respeitada no país, foi confirmada por Waheed Wafa, diretor-geral do Centro sobre o Afeganistão da Universidade de Cabul.

O centro conserva mais de 100 mil documentos nas duas línguas oficiais do país, o dari e o pashtun, assim como em inglês e outras línguas europeias, reunidos pela historiadora e seu segundo marido, o arqueólogo americano Louis Dupree, falecido em 1989.

Nancy Hatch Dupree, então casada com um diplomata, chegou em 1962 ao Afeganistão e se apaixonou pelo país.

Ela percorreu o país inteiro por várias décadas, escreveu cinco guias e compilou milhares de documentos sobre sua história.

Nancy Hatch Dupree e o marido viveram no Afeganistão até o fim dos anos 1970, quando o governo comunista expulsou o casal. Os dois se mudaram para Peshawar, no Paquistão, onde continuaram compilando documentos sobre o Afeganistão e ajudando refugiados que fugiam do conflito durante a ocupação soviética de 1979-1989.

A historiadora retornou ao Afeganistão após a invasão dos Estados Unidos, que derrubou os talibãs em 2001. Com a ajuda do novo governo, Dupree criou o Centro sobre o Afeganistão, que fornece documentação a centenas de bibliotecas de todo o país.

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