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Abad: por excesso de contusões no meio-campo, Flu buscaria um volante

Presidente segue com austeridade nas contas. Destaque no Fla-Flu de domingo, Wendel, segundo dirigente, é desfalque certo contra o Avaí, nesta quarta-feira

Por Rio de Janeiro

 



A torcida tem feito pressão, vem pedindo. Mas o presidente do Fluminense, Pedro Abad, segue firme na sua política de austeridade e responsabilidade financeira de segurar as contas para contratar reforços. Com os cofres vazios, a prioridade é continuar investindo na base do clube. Mas o excesso de contusões no meio-campo pode fazer o dirigente mudar de ideia. Em entrevista ao "Seleção SporTV", ele não descartou a possibilidade de buscar algum volante, já que há vários jogadores contundidos - segundo ele próprio, Wendel, autor de um dos gols do empate por 2 a 2 com o Flamengo e que sofreu entorse no joelho esquerdo, está fora da próxima partida, contra o Avaí, nesta quarta, na Ressacada.

Quem ia imaginar que a gente ia ter ao mesmo tempo contundidos Pierre (cirurgia), Douglas... O Wendel agora também teve um problema, não vai viajar (quarta, contra o Avaí), o Sornoza vai ficar fora mais de dois meses."
Pedro Abad, presidente do Flu

 

- Pontualmente, pode acontecer. Quem ia imaginar que a gente ia ter ao mesmo tempo contundidos Pierre (cirurgia), Douglas... O Wendel agora também teve um problema, não vai viajar para o jogo de amanhã (quarta, contra o Avaí), o Sornoza vai ficar fora mais de dois meses. Enfim, é muito jogador contundido ao mesmo tempo. Aí, eventualmente, você tem que partir para o mercado para buscar uma solução. Aí não tem jeito. Sem nenhum volante, você tem que buscar algum volante. Mas a gente tem buscado cada vez mais as soluções dentro de casa, e se houver necessidade de ir ao mercado, a gente vai.

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O presidente citou o caso do próprio Wendel como um bom exemplo de buscar solução caseira, e elogiou a capacidade do técnico Abel de saber lançar os garotos.

pedro abad frame (Foto: Reprodução/SporTV)Presidente tricolor não descarta vender jogadores na janela de transferência (Foto: Reprodução/SporTV)


- Se partíssemos para fazer contratações a cada hora que um jogador se machuca, a gente não teria o Wendel, que está jogando hoje. Ele chegou no Fluminense em outubro de 2016. Se não fosse o Abel um treinador de casca, um cara que confia em si mesmo e sabe o que está fazendo, seria muito difícil lançar o Wendel. E as partidas que ele vem fazendo... - disse Abad.

Sempre existe o momento ótimo em que você faz a venda até para o atleta ter a chance de subir degraus na carreira dele."
Pedro Abad, presidente do Flu

 Vender jogadores nas janela de transferências não está descartado. Muito pelo contrário - jornais espanhóis já especulam interesse do Barcelona em Wendel, a joia tricolor de 19 anos.

- Todo clube brasileiro grande, para fechar a conta, de uma forma ou de outra precisa. O jogador de futebol é um ativo que é muito volátil. O jogador hoje é muito bom, tá performando muito bem, mas por um motivo ou outro ele deixa de performar, decresce o nível de atuação dele, ele perde o valor. Sempre existe o momento ótimo em que você faz a venda até para o atleta ter a chance de subir degraus na carreira dele. Aparecendo uma proposta boa para o clube e para o atleta, a gente analisa e faz a negociação.

Wendel pede silêncio para torcida rival após marcar gol em Fluminense x Flamengo - Campeonato Brasileiro 2017 (Foto: Nelson Perez / Divulgação)Destaque no Fla-Flu Wendel, segundo Abad, não pega Avaí (Foto: Nelson Perez / Divulgação)

O dirigente explicou que o torcedor brasileiro vai precisar se adaptar às novas regras para os clubes, que não podem sair contratando de forma irresponsável. Hoje, as consequências são muito mais lesivas.

- Antigamente os clubes deixavam de pagar impostos e salários e não tinha consequências graves para isso. Hoje em dia as consequências são muito pesadas. Você não paga o salário do atleta, passa três meses, ele pode pedir uma rescisão indireta e você tem que pagar imediatamente todo o valor que falta para o final do contrato.

Abad voltou a afirmar que a nova política tricolor não cederá às pressões.

 - Não tem clube grande sem pressão, sem confusão. E também não tem clube grande sem alegria. Faz parte saber usar a resiliência que tem para aguentar estes momentos e na hora boa surfar também.

Sobre a ida de Richarlison para o Palmeiras, o assunto está totalmente encerrado, segundo Abad, principalmente depois da sétima partida do jogador no Brasileirão, inviabilizando transferência para outro clube da Série A. E também pela postura do Palmeiras nas negociações.

- É necessário mostrar que existe uma forma para fazer as negociações. O Fluminense não é um clube de bagunça.