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Flu precisa colocar mais de 27 mil por jogo no Maraca para ter lucro, diz Abad

Presidente do Fluminense vê custos operacionais do estádio inviabilizarem partidas no local, e afirma que clube deve mandar muitos jogos no Giulite Coutinho em 2017

Por Rio de Janeiro

 



Definitivamente, o Fluminense procura alternativas para mandar suas partidas. Diante dos altos custos operacionais do Maracanã, a diretoria do Tricolor está próxima de viabilizar o retorno do clube ao estádio Giulite Coutinho, casa do America. A equipe das Laranjeiras ainda manda seus jogos no Maracanã, mas vem sofrendo prejuízos financeiros. Em entrevista ao "Seleção SporTV", o presidente Pedro Abad explicou quais são as principais despesas e disse que, atualmente, o público no estádio precisa ser superior a 27 mil pessoas para que o clube não saia no vermelho.

- São muitos gastos. Você tem segurança, água e luz são muito caros. Em média, um jogo dá R$ 160 mil só de luz e água. O Fluminense hoje quando joga, contando já com o valor do aluguel ao Maracanã, gasta em torno de R$ 450 mil só em despesas de operação. É muito caro. E você tem as despesas de borderô, despesas do próprio jogo. Quando você junta tudo, o número de pessoas que você tem que colocar dentro do estádio para não ter prejuízo é muito grande. Hoje, no Fluminense, em torno de 26 a 27 mil pessoas. Para empatar. Para o Flamengo, esse número é maior, porque o aluguel é maior - afirmou.

fluminense grêmio maracanã (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)Segundo Abad, Fluminense só não teve prejuízo no clássico diante do Flamengo (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)

No Campeonato Brasileiro, o Fluminense mandou cinco jogos no estádio. A única partida em que o clube não sofreu prejuízo foi justamente no clássico contra o Flamengo, outro clube que buscou uma alternativa ao estádio, com a reforma da Ilha do Urubu. No jogo do último domingo, o Tricolor teve lucro de R$ 266 mil. Em todas as outras partidas, no entanto, o Flu teve prejuízos girando em torno de R$ 300 mil por jogo. 

Com as altas despesas, o presidente do Fluminense afirmou que o clube deverá realizar várias partidas no Giulite Coutinho neste ano. Para Abad, o ganho também passa pela questão técnica, por conta da "pressão maior" de um estádio acanhado.

- Esse ano, a gente vai jogar muito em Edson Passos. Dá retorno técnico, é um campo bem mais acanhado e faz uma pressão maior. Isso inquestionavelmente traz resultado esportivo. No ano passado, creio que tenha dado um crescimento no nosso rendimento esportivo bastante acentuado. O gramado lá é bom, quem cuida do gramado de lá é a mesma empresa que cuida do gramado do Maracanã, que cuida do nosso centro de treinamento, então o gramado vai estar bom - avaliou.

O presidente do Tricolor garantiu que não possui qualquer problema de relacionamento com os outros mandatários dos clubes cariocas, o que poderia levar a problemas na questão da administração do Maracanã. No entanto, a manutenção do estádio é o verdadeiro problema, na visão do dirigente.

- Eu tenho relacionamento bom com todos os presidentes. Com o Eduardo (Bandeira de Mello), o Carlos Eduardo (Pereira) e o Eurico (Miranda), não tenho qualquer tipo de problema com nenhum deles. Flamengo e Fluminense já conversaram mais sobre o Maracanã. O problema é que o Maracanã é um equipamento extremamente caro, isso é real. A manutenção dele é muito cara, e a operação de jogo também (...) eu não sei para que modelo ele vai caminhar, mas caminha cada vez mais para poucos jogos no ano - disse.

+ Abad: por excesso de contusões no meio-campo, Flu buscaria um volante

O Fluminense finalizou o projeto de construção de um estádio no Parque Olímpico, sede de várias modalidades durante as Olimpíadas do Rio, em 2016. O sonho de consumo do clube das Laranjeiras é, na opinião de Pedro Abad, um fator que viabilizaria não só uma renda melhor com a bilheteria, mas também o crescimento do programa de sócio-torcedor. Para ele, a cultura de ter o seu lugar dentro do estádio é um fator importante, o que não acontece no momento.

- No que diz respeito a um estádio próprio, a gente vem tentando, pensando em possíveis soluções para a gente conseguir ter um estádio nosso. E o sócio-torcedor depende muito do estádio. Quando você não tem estádio, não cria a cultura do torcedor de ter a sua casa, de ter o seu lugar dentro do estádio quando cada hora você está jogando em um lugar - concluiu.

Ainda sem poder utilizar o estádio do America, o Fluminense não sentirá falta do local, ao menos na próxima rodada. Isso porque o próximo compromisso da equipe carioca é diante do Avaí, na Ressacada. O próximo jogo do Flu no Rio de Janeiro será apenas no dia 3 de julho, quando enfrenta a Chapecoense.

Fluminense x Inter no Giulite Coutinho  (Foto: Eduardo Deconto)Giulite Coutinho foi uma das casas do Fluminense no Brasileiro de 2016 (Foto: Eduardo Deconto)