O UFC São Paulo reuniu brasileiros em todas as lutas em seu retorno à capital paulista após um ano de ausência. O Ginásio do Ibirapuera recebeu bom público pra ver os seus lutadores vencerem a maioria dos combates. O destaque ficou para as futuras estrelas Thomas Almeida e Cláudia Gadelha, que venceram suas lutas com facilidade e levantaram o público.

Infelizmente nem tudo foram flores. Na luta principal da noite, o meio-pesado Rogério Minotouro não conseguiu se impor ao rival Ryan Bader na revanche e foi dominado do começo ao fim, quando foi nocauteado em um combate sempre puxado para o solo.

No geral, o Brasil venceu sete lutas e perdeu cinco combates.

Brasileiros não encontram facilidades

A principal luta da noite foi bem aguniante para o torcedor. Isso porque Rogério Minotouro começou mostrando bom boxe e trabalho de defesa em pé, mas depois que Bader conseguiu descer, a luta mudou completamente. 

Ryan dominou o primeiro round total e castigou na base da cotovelada e socos dentro da defesa. A situação só não foi pior porque o sino ajudou o brasileiro.

No segundo round, logo no começo, Bader novamente mandou, jogou o rival no chão, passando todo o tempo na procura da finalização. Ela quase veio, mas o brasileiro foi guerreiro e se defendeu bem. Apesar de não sofrer tanto, foi dominado.

Mais sofrimento

Minotouro teve as esperanças refeitas quando conectou bons golpes no começo do terceiro round, mas Bader novamente não quis arriscar e levou pro chão com facilidade. A torcida chiava com a tática do americano, muito mais superior e com saúde.

O fim veio após Ryan apostar em golpes firmes para abrir a defesa do brasileiro. Com a guarda aberta, o caminho da vitória ficou fácil e Bader sentou várias marteladas para fechar a luta no terceiro round e novamente vencer o rival do Brasil.

Thominhas massacra

O co-main event trazia, talvez, a maior esperança para o futuro brasileiro no UFC. Thomas Almeida encarou Albert Morales, no que prometia ser um duelo bem parelho. Mas o brasileiro mostrou o porque é tido como futura grande estrela.

Dominante desde o princípio, usou a força da torcida, travou e fez um primeiro round mais estudado. Mas no segundo, não deu pra ninguém. Uma esquerda na saída de Morales, abriu caminho pro massacre. Cambaleante, Alvarez nem viu a chuva de golpes entrando e só respirou quando o juiz acabou o duelo.

As únicas mulheres em todo o card foram a brasileira Cláudia Gadelha e a america Cortney Casey. Pelo peso-palha, a batalha era uma das mais esperadas, até por ter uma das prováveis futuras campeãs dentre as mulheres. 

E o combate não decepcionou. Intenso, leve, ofensivo... Claudinha e Casey fizeram o torcedor ferver. A brasileira dominou os dois primeiros rounds mostrando ótimo trabalho de aproximação e ainda melhor nas quedas. A americana só levava perigo na defesa de ground and pound.

No terceiro round, o momento polêmico. No chão, Casey foi atingida por um chute de Gadelha. Não foi em cheio, mas a americana ficou um tempo pra se recuperar, trazendo a fúria dos torcedores presentes. Só que nem isso foi o suficiente para tirar a vitória unânime de Claudinha, justa e merecida.

O meio do card principal reservou o experiente Thales Leite contra polonês Krzysztof Jotko naquela que foi a luta mais sem intensidade da noite. O brasileiro encarava o lutador com melhor defesa contra quedas e isso se mostrou no combate.

Travado, sem grandes emoções, mas com Jotko mais preciso e atlético, o duelo se mostrou mais pendente para o europeu desde o começo. Thales não conseguia entrar na guarda e trazer pra baixo. Os três rounds foram mornos, mas com o polonês superior. Na decisão dos juízes, a previsão se confirmou com vitória unânime.

No segundo combate dentre os principais, Warlley Alves encarou o nigeriano Kamaru Usman, naquele que foi o embate mais complicado para os brasileiros. O nigeriano não conseguiu entrar no raio do brasileiro e foi dominado no primeiro round. Mas o duelo, marcado por provocações, tomou outro rumo e Usman partiu pra cima, minou a defesa do brasileiro e quase encerrou o combate ainda no segundo round.

Mesmo com Warlley mais ofensivo e quase finalizando numa chave de braço, foi Usman quem venceu de forma unânime e os juízes confirmaram na decisão final, sendo essa, a primeira derrota na lista principal.

Já na primeira luta do card principal, Serginho Moraes tentou levar todo seu carisma para o octógono. Encarando o americano Zak Ottow, o brasileiro começou bem a luta, mandando o rival ao chão, mas sem conectar bons golpes. A batalha seguiu travada, mas no segundo round ficou mais pesado para Sérgio, que sofreu e perdeu. Mas no decisivo, poucos, mas bons golpes entraram, derrubando Zak e garantindo a vitória, mesmo com o cansaço forte nos minutos finais de combate. A decisão foi dividida, mas a festa do torcedor foi enorme.

Domínio brasileiro no card preliminar

Com brasileiros também em todas as lutas no card inicial, as finalizações mandaram no começo do UFC São Paulo. Com o apoio do torcedor e muita técnica, eles não fizeram feio e animaram o público. Apenas dois brasileiros não venceram.

Logo na primeira luta, a maior polêmica da noite. Uma cabeçada de Darren Stewart atordou Francimar Bodão e o inglês se aproveitou pra nocautear. Na penúltima luta, Rogério Pezão não foi páreo ainda no minuto incial para Gadzhimurad Antigulov.

Mas as glórias foram maiores. Pedro Munhoz levantou o torcedor pela primeira vez ao vencer Justin Scoggins por nocaute. Depois foi a vez de Luis KLB finalizar Christian Colombo e a técnica prevaleceu com as vitórias de Jhonny Eduardo e Cezar Mutante, contra Manvel Gamburyan e Jack Hermansson, todas por finalização.