terça-feira, 3 de maio de 2016

A dádiva da dor


Não importa a sua idade, o lugar onde você mora, se você é homem ou mulher, adulto ou criança, uma coisa é fato: ninguém gosta de sofrer. As dores são diferentes para cada um, que as sente de diversas maneiras e responde a elas de formas únicas, mas todos nós estamos sempre procurando meios de evitá-la. Mas, afinal, para que serve a dor?

Philip Yancey, em seu livro ‘Onde está Deus quando chega a dor?’, narra sua visita ao doutor Paul Brand, especialista em dor. Nela, ele conhece o trabalho do médico com pacientes portadores de ‘lepra’ e relata, assim, a nova percepção de dor que ele adquiriu a partir dessa experiência. Pessoas com hanseníase, por exemplo, sofrem anestesia de seus membros periféricos (mãos, pés, nariz, ouvidos etc.) e assim ocorre um amortecimento das células de dor. Pode parecer uma coisa não tão séria e, superficialmente, até boa, não é mesmo? Nunca mais sentir dor…

Após o acompanhamento mais prolongado desses doentes, Philip Yancey percebeu que eles eram capazes de causar danos a si mesmos constantemente, mas sem notarem. Queimaduras, cortes e até mesmo perceberem quando ratos roíam as pontas dos seus dedos durante a noite (em comunidades pobres na Índia), nada sentiam! É assustador! A dor, que é um mecanismo do corpo para nos proteger, não mais existia!

Pode parecer difícil de aceitar, mas a dor serve para nos manter atentos e o mais saudável possível. O fato de você sentir dores no seu corpo é um cuidado dele para dizer: ei, alguma coisa está errada. Por isso a ideia de que um Deus amoroso deveria nos privar dessas situações é tão equivocada. Um Pai que realmente nos ama, entende a necessidade de passarmos por situações difíceis e o quanto esses momentos são úteis para moldar nossa forma de ser. É como uma mãe que sofre ao ver seu bebê ser vacinado pela primeira vez: seu coração se parte, mas ela continua porque sabe que seu filho precisa daquela substância para encarar e suportar lá na frente o contato com agentes que podem prejudicá-lo. O bebê fica mais forte e a mãe aceita que fez o melhor por ele.

Com isso, percebemos que a dor serve para cuidar de nós, trabalhar o nosso caráter, mostrar-nos o que realmente é importante em nossas vidas agora e no porvir. Fazer-nos sofrer não é e nunca foi a intenção do Senhor. Ele não sente prazer com isso, pelo contrário, entristece-se conosco... 
‘Do mesmo modo também, o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E Aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do Espírito: que Ele, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos’ (Romanos 8:26-28), 
... mas Ele tem o maravilhoso poder de transformar as coisas ruins que nos acontecem em coisas proveitosas para O conhecermos e nos aproximarmos dEle mais e mais.

Sei que é doloroso, difícil e que ninguém quer passar por isso (eu também não, risos), mas sinta o alívio de saber que não importa o que aconteça, Ele está ao seu lado. Quando algo estiver doendo algo em você, não fuja, mas procure entender o que Deus quer curar em você.

P.S.: pode parecer difícil de acreditar em tudo isso quando a vida está difícil. Nesses momentos, porém, lembre-se: 
‘Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.’ (Romanos 8:18)  
‘Por isso não desfalecemos, mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dias. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória.’ (II Coríntios 4:16-17).
Deus te abençoe!

Aline Lacerda (via Minha Vida Cristã)

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