Edição do dia 11/02/2016

11/02/2016 14h05 - Atualizado em 11/02/2016 14h05

Moradia compartilhada é opção para viver nas grandes cidades

Morar sozinho em grandes cidades ficou mais difícil por causa do alto custo.
Por isso, muita gente decidiu morar com outras pessoas.

Morar sozinho em grandes cidades, como São Paulo, ficou mais difícil por causa do alto custo de vida. Por isso, uma alternativa que está se tornando uma tendência é a moradia compartilhada.  

Na cozinha, o publicitário Obede Junior tem mais habilidade. Já a arrumação é com a relações públicas Loriane Moscatelli. Os dois parecem um casal, mas cada um tem seu quarto na casa. Em comum, apenas as contas e os cuidados com o cachorro.

Eles vivem em uma espécie de república, ainda que não chamem o lugar assim. Por R$ 1 mil, Obede tem tudo que precisava: “Acho justo. Aqui dá para ir de ônibus, pegar o transporte público tranquilo, tem muito acesso, tem o estádio do Palmeiras que eu sempre vou. “Eu acho tranquilo, bem legal”.

Esse jeito de morar tem se tornado comum em São Paulo, motivado também pelo preço. O aluguel de um apartamento de um quarto na Zona Leste quase triplicou em seis anos e teve um aumento de 164%. “Eu comecei a pesquisar apartamento para morar sozinha mesmo e pelo preço eu vi que não dava. Para gastar R$ 3 mil sozinha não ia dar”, relata Loriane.

As repúblicas de agora são diferentes das da época da faculdade. O público está mais velho, todo mundo trabalha, não vive mais na “pendura” e decidiu abrir mão da privacidade pela economia. “A gente gasta R$ 1,2 mil, R$ 1,3 mil com a casa, com tudo, aluguel, condomínio, conta de luz, internet, gás”, diz Loriane.

Em outro apartamento vivem três mulheres: Juliana, Edilene e Camila. Tudo é dividido entre elas: as contas, a limpeza e o único banheiro. “De manhã a gente tromba no banheiro, não tem jeito. As três acordam no mesmo horário e o banheiro está sempre com a porta aberta. Enquanto uma seca o cabelo, a outra toma banho e a outra vai ser maquiando”, conta a publicitária Juliana Tonelli.

A publicitária Edilene Silva é novata nesse jeito de morar, saiu da casa dos pais há um mês. Ela gasta R$ 850 para ter o próprio canto e nem precisou de avalista para isso: “Eu optei por morar em um lugar melhor, onde tivesse um condomínio com segurança”.

Na internet, as ofertas de quartos são muitas. Os preços variam de R$ 500 a R$ 1,8 mil. Juliana administra anúncios em uma página em uma rede social e já tem 51 mil membros. Gente que já entrou em roubada, mas que aprendeu a escolher a companhia certa e se diverte com a convivência.

“Eu, particularmente, gosto da convivência, ter outras pessoas em casa, chegar em casa e ter alguém para tomar uma cervejinha, bater um papo”, diz Juliana. “É gostoso chegar em casa e ver um filme, sair junto. Às vezes, a gente dá uma estranhada, mas vale a pena, tem mais coisas boas do que ruins”, completa Loriane.