Edição do dia 11/02/2016

11/02/2016 13h50 - Atualizado em 11/02/2016 13h54

Ministério da Saúde anuncia a terceira morte ligada ao vírus da zika no Brasil

A vítima é uma jovem, de 20 anos, do interior do Rio Grande do Norte.
O Ministério destaca que a paciente poderia ter outras doenças.

Zileide Silva e Gioconda BrasilBrasília

O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte por causa do vírus da zika no Brasil. Foi uma jovem de 20 anos de idade, do Rio Grande do Norte, que ficou internada durante 12 dias em Natal com problemas respiratórios. A morte foi em abril do ano passado.

Inicialmente, a causa base da morte foi tida como pneumonia, devido ao quadro de infecção aguda, mas por ser uma pessoa muita jovem e morrer tão rapidamente foram solicitados novos exames e o Instituto Evandro Chagas confirmou a presença do vírus da zika. Porém, o próprio Ministério ressalta que o vírus da zika pode não ter sido a única causa da morte.

“A nossa percepção que comunicamos à Organização Mundial da Saúde é que a morte foi por zika, quer dizer, se foi exclusivamente, se teve outras causas, mas encontramos esse patógeno na pessoa que foi analisada”, afirma Marcelo Castro, ministro da Saúde.

Notificações
Na semana passada, o Ministério da Saúde anunciou que a notificação obrigatória dos pacientes com vírus da zika deveria começar esta semana, mas isso não aconteceu.

Quando uma pessoa chega em um hospital ou posto de saúde com os sintomas da dengue, o médico que faz o atendimento é obrigado a informar o caso para o Ministério da Saúde. Nos casos de suspeita de infecção pelo vírus da zika é diferente. O médico ainda não é obrigado a mandar notificação para o governo, o que dificulta o mapeamento do vírus no Brasil.

No Hospital Municipal de Arara, no interior da Paraíba, falta estrutura para coletar sangue. No feriado de Carnaval, não tinha nem formulários para notificar os casos. A cidade vive um surto das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O secretário de Saúde da cidade afirmou que tem combatido o mosquito e que não tinha conhecimento da falta de formulário.

 

O infectologista Dalci Albuquerque, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, diz que a notificação nos casos do vírus da zika é deficiente: “Quanto mais rápido você tem um diagnóstico, mais rápido você vai propor uma ação, principalmente no momento que nós temos epidemias concomitantes de dengue e zika, que são doenças com quadro clínico que em muitos pontos se parecem”.

A notificação obrigatória para os casos de zika ainda não começou e não há uma nova data. O ministro da Saúde disse que para saber se uma pessoa está de fato infectada pelo vírus é preciso que os laboratórios tenham capacidade de realizar os exames. De acordo com o ministro, isso depende da distribuição dos testes sorológicos, que foram importados e começou a ser feita na semana passada. Marcelo Castro disse que o governo não tem intenção de esconder os casos.