Peças do Museu da Ciência expostas no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque

A exposição vai estar patente até 2 de janeiro de 2016.

30 setembro, 2015≈ 4 mins de leitura

São cinco as peças do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra que estão em exposição no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque, Estados Unidos da América.

Organizada em quatro setores, a exposição “Kongo: Power and Majesty” (Kongo: Poder e Majestade) reúne peças de toda a Europa e foi ao Museu da Ciência da UC buscar cinco peças que “cobrem cada uma das áreas da exposição”, explica o museólogo Pedro Casaleiro.

O primeiro sector – Do Kongo para os gabinetes de curiosidades – apresenta vários têxteis em fibra vegetal e trompas de marfim. E é aqui que está o primeiro dos objetos: a trompa que a UC emprestou à exposição é do final do século XIX e apresenta um bocal em marfim e um corpo de madeira, forrados de cestaria.

Já no sector “Insígnias de poder no Kongo” os visitantes vão poder ver duas peças do Museu da Ciência. A primeira é uma romeira ou poncho, feita de fibra de ananás, que, de acordo com Pedro Casaleiro, era “usado pela realeza, pelos reis do Kongo”. A peça é bicolor, numa imitação das manchas de leopardo. O segundo objeto é um “cesto de prestígio” que servia para guardar bens preciosos “ou para serem oferecidos a visitantes e entidades estrangeiras”.

O terceiro sector é dedicado ao “Poder espiritual dos padres/feiticeiros do Kongo” e a exposição apresenta uma dupla sineta da coleção da UC. Usado pelos feiticeiros, os “nganga” para evocar os espíritos, a dupla sineta é decorada com elementos europeus e até um crucifixo.

 

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O último sector é o mais relevante já que, como conta Pedro Casaleiro, “contrapõe o poder feminino e o feiticeiro”. A última peça do Museu da Ciência da UC presente na exposição é uma maternidade, ou uma escultura que representa mãe e filho. Normalmente consideradas representações com poderes místicos que tanto podiam servir para o tratamento da criança ou infertilidade da mãe como para a renovação social e a promoção da maternidade. A Phemba do Museu da Ciência da UC é a única, das 18 expostas, que ainda apresenta os pigmentos originais, branco e vermelho. Pedro Casaleiro afirma que foi esta escultura que trouxe a responsável do Metropolitan Museum of Art a Coimbra, e que, após ver o resto da coleção, acabou por escolher mais peças para apresentar em Nova Iorque.

“Kongo: Power and Majesty” reúne mais de 140 peças de 50 coleções europeias e americanas. De acordo com o Metropolitan Museum of Art, a exposição pretende refletir sobre a relação de mais de 500 anos entre a Europa e o Kongo.

A exposição vai estar patente no Metropolitan Museum of Art até 2 de janeiro de 2016.

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