03/11/2010 17h32 - Atualizado em 03/11/2010 18h01

Diretor da escola em que professora teria aliciado aluna será indiciado

Ele vai responder pelos mesmos crimes que a educadora foi indiciada.
Em depoimento, diretor disse desconhecer relação entre aluna e professora.

Do G1 RJ

O delegado da 33ª DP (Realengo), Angelo Lages, informou nesta quarta-feira (3) que o diretor da Escola municipal Rondon, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, será indicado por estupro de vulnerável e corrupção de menores. Ele vai responder pelos mesmos crimes que a professora da instituição suspeita de manter um relacionamento amoroso com uma aluna de 13 anos é acusada.

A professora está presa em Bangu 8.

O diretor foi ouvido nesta quarta-feira (3) pela polícia. Segundo o delegado, ele disse que não sabia do envolvimento da professora e da aluna. Mas registros feitos em atas da direção da escola com relatos da mãe da aluna indicam que o diretor sabia do relacionamento entre as duas.

Ata da direção fala sobre relacionamento
“Ele chegou à delegacia e negou qualquer conhecimento pelo fato. Sendo que, em 24/06/2010, ele relatou na ata da direção que a mãe da adolescente esteve no colégio e afirmou que a professora aliciava a menina e que passava horas com ela. Depois deste, outros registros foram feitos por ele que, inclusive, reconheceu os registros durante o depoimento”, contou o delegado.

Ainda segundo Lages, em uma das atas registradas pelo diretor, ele diz que a estudante de 13 anos sentiria uma atração pela professora.

Outros dois fatos chamaram a atenção do delegado. O primeiro deles é a forma como o diretor escrevia as reclamações da mãe, aparentando ocultar certas informações. “Ele usava palavras como atípico, aliciamento, nomes que provavelmente não foram ditos pela mãe dela, e tentava de certa forma ocultar os fatos”, explica.

Outro fato  foi a demora do diretor em abrir uma sindicância contra a professora. “Imagino como deve ser difícil você lidar com um colega dessa forma, mas ele só abriu uma sindicância três meses depois da primeira reclamação da mãe. Depois que o primeiro registro foi feito, em junho, ocorreram outras reclamações. Mas só em 9 de setembro foi que ele abriu uma sindicância para apurar o caso”, diz o delegado.

O delegado conta ainda que, durante o depoimento, o diretor estava nervoso e tentava se defender das acusações. “Negar envolvimento é uma forma de defesa. Talvez se ele tivesse confessado que sabia, poderia ajudar na hora do julgamento. E se tivesse relatado logo a polícia sobre o caso, hoje não precisaria passar por isso”, disse.

Diretor sugeriu transferência de aluna
De acordo com os registros feitos nas atas, a primeira ação do diretor foi transferir a menina de turma. Atitude que, segundo Lages, desagradou a mãe da jovem. Depois, o diretor ainda mudou a professora de turma. E, por fim, a afastou definitivamente das atividades, como consta nas atas.

Num último registro, o diretor ainda teria indicado que a menina fosse transferida de escola para evitar que ela sofresse constrangimento por parte dos colegas de turma.

Mãe deverá ser ouvida novamente
Segundo o delegado, a mãe da adolescente deverá ser ouvida novamente. A expectativa é que ela compareça a delegacia ainda nesta quarta-feira (3). Já o proprietário do motel frequentado pela professora e a aluna, que era aguardado na delegacia nesta quarta, não compareceu. De acordo com Lages, o advogado dele esteve na 33ª DP e pediu para remarcar a data do depoimento.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de