Era desejo de Deus que Seu povo soubesse a respeito da vinda
de Seu Filho ao mundo. Os sacerdotes deviam ter ensinado o povo a esperar o
Salvador, porém eles próprios não sabiam sobre a vinda do Messias.{VJ 15.1}
Por isso, Deus enviou Seus anjos para anunciar aos pastores
que Cristo havia nascido e onde eles poderiam encontrá-Lo.{VJ 15.2}
Assim, quando Jesus foi apresentado no templo, havia ali
pessoas que O receberam como o Salvador. Deus preservara a vida de Simeão e Ana
para que tivessem o feliz privilégio de testemunhar que Jesus era o Messias
prometido.{VJ 15.3}
Deus desejava que não só os judeus, mas também outros povos
soubessem que o Messias havia chegado. Em um distante país, no Oriente,
habitavam homens sábios que haviam estudado as profecias sobre o Messias e
acreditavam que o tempo de Sua vinda era chegado.{VJ 15.4}
Os judeus chamavam esses homens de pagãos, todavia, eles não
eram idólatras. Eram pessoas honestas que desejavam conhecer a verdade e fazer
a vontade de Deus.{VJ 15.5}
Deus vê o coração, por isso sabia que esses homens eram
confiáveis. Estavam em melhores condições de receber a luz do Céu do que os
sacerdotes judeus, cheios de orgulho e egoísmo.{VJ 16.1}
Esses sábios eram filósofos. Haviam estudado as obras de
Deus na natureza e através delas aprenderam a amá-Lo. Estudavam os astros e
conheciam-lhes os movimentos. Apreciavam observar os corpos celestes em sua
marcha noturna, e se descobrissem alguma estrela nova considerariam isso como
um grande acontecimento.{VJ 16.2}
Uma estrela de anjos
Naquela noite, quando os anjos vieram aos pastores de Belém,
os magos notaram uma luz estranha no céu. Era a glória que circundava aquele
grupo de anjos. Quando a luz se dissipou, viram no céu o que parecia ser uma
nova estrela. Naquele momento, lembraram-se da profecia que diz: “Uma estrela
procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro.” Números 24:17. Seria esse o
sinal do Messias prometido? Decidiram acompanhá-la e ver aonde ela os levaria.
A estrela guiou-os até a Judéia. Porém, quando se aproximaram de Jerusalém, sua
luz tornou-se tão frágil que não puderam mais segui-la.{VJ 16.3}
Supondo que os judeus pudessem indicar-lhes o caminho até o
Salvador, os magos entraram em Jerusalém e perguntaram:{VJ 16.4}
“Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a
Sua estrela no Oriente e viemos para adorá-Lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o
rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os
principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria
nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por
intermédio do profeta.” Mateus 2:2-5.{VJ 16.5}
Herodes não gostou de ouvir falar de um rei que um dia
poderia tomar o seu trono. Então perguntou aos próprios magos quando viram a
estrela pela primeira vez. E ele os enviou a Belém, dizendo:{VJ 16.6}
“Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do Menino; e,
quando O tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-Lo. Depois de
ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia,
até que, chegando, parou sobre onde estava o Menino. E, vendo eles a estrela,
alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o Menino com
Maria, Sua mãe. Prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros,
entregaram-Lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.” Mateus 2:8-11.{VJ 16.7}
Os magos trouxeram ao Salvador as coisas mais preciosas que
possuíam. Nisto nos deram exemplo. Muitos oferecem presentes aos seus amigos
terrestres, mas nada têm para dar ao Amigo celestial que lhes concede tantas
bênçãos. Não devíamos agir assim. Devemos oferecer a Cristo o melhor de tudo o
que temos — nosso tempo, nosso dinheiro, nosso amor.{VJ 16.8}
Estamos Lhe ofertando presentes quando damos para confortar
os pobres e ensinamos às pessoas a respeito do Salvador. Ajudamos assim a
salvar aqueles por quem Ele morreu e tais ofertas Deus abençoa.{VJ 16.9}
Fuga para o Egito
Herodes não havia sido sincero quando disse que queria ir
para adorar Jesus. Temia que o Salvador crescesse e se tornasse rei, arrebatando-lhe
o trono. Desejava encontrar a criança para matá-la. Os magos preparavam-se para
voltar e contar a Herodes. Mas o anjo do Senhor apareceu em sonho,
ordenando-lhes que voltassem ao seu país por outro caminho.{VJ 17.1}
“Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a
José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egito
e permanece lá até que Eu te avise; porque Herodes há de procurar o Menino para
O matar.” Mateus 2:13.{VJ 17.2}
José não esperou amanhecer; levantou-se no mesmo instante,
tomou Maria e o menino e partiu, naquela noite, para uma longa viagem.{VJ 17.3}
Os magos deram valiosos presentes a Jesus, e assim Deus
proveu os meios para as despesas da viagem e sua estada no Egito, até o retorno
à sua própria terra.{VJ 17.4}
Herodes irou-se quando percebeu que os magos haviam tomado
outro caminho para voltar ao seu país. Ele sabia o que Deus havia dito, através
de Seu profeta, a respeito da vinda de Cristo.{VJ 17.5}
Sabia como a estrela havia sido enviada para guiar os magos.
Mesmo assim, estava decidido a matar Jesus. Em sua ira, “mandou matar todos os
meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo”. Mateus
2:16.{VJ 17.6}
Estranho era que um homem se pusesse a lutar contra Deus!
Como deve ter sido pavorosa a cena da matança de crianças inocentes! Herodes
havia praticado muitos atos cruéis, mas sua vida ímpia chegaria logo ao fim.
Morreu de modo terrível.{VJ 17.7}
José e Maria permaneceram no Egito até a morte de Herodes.
Então o anjo apareceu a José e lhe disse: “Dispõe-te, toma o Menino e Sua mãe e
vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida
do Menino.” Mateus 2:20.{VJ 17.8}
José temeu ao receber a notícia e não sabia o que fazer.
Então Deus enviou um anjo para instruí-lo. Seguindo a orientação do anjo, José
retornou para o seu antigo lar em Nazaré.{VJ 17.10}
A infância de Jesus
Jesus passou a infância em uma aldeia nas montanhas. Como
Filho de Deus, poderia ter escolhido qualquer lugar na Terra como morada.{VJ
19.1}
Qualquer lugar seria honrado com Sua presença. Mas Ele não
escolheu as mansões dos ricos ou os palácios dos reis. Antes escolheu viver
entre os pobres em Nazaré.{VJ 19.2}
Jesus quer que os pobres saibam que Ele compreende suas
provações. Sofreu tudo o que eles têm de sofrer. Por isso, simpatiza com eles e
pode ajudá-los.{VJ 19.3}
A respeito dEle, nos anos de Sua infância, a Bíblia diz:
“Crescia o menino e Se fortalecia, enchendo-Se de sabedoria; e a graça de Deus
estava sobre Ele. E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de
Deus e dos homens.” Lucas 2:40, 52.{VJ 19.4}
Sua mente era brilhante e ativa. Era rápido na percepção e
Sua capacidade de reflexão e sabedoria estavam além de sua idade. Embora seus
modos fossem simples e infantis, crescia em inteligência e estatura como as
outras crianças.{VJ 20.1}
Mas Jesus não era semelhante às outras crianças em tudo. Ele
sempre demonstrava um espírito cordial e generoso. Suas mãos laboriosas estavam
sempre prontas a servir os outros. Era paciente e honesto.{VJ 20.2}
Firme como uma rocha em questão de princípios, jamais deixou
de ser gentil e cortês para com todos que O cercavam. Em casa e onde quer que
pudesse estar, era como a luz do sol.{VJ 20.3}
Era atencioso e prestativo com os mais idosos e pobres, e
mostrava bondade até com os animais. Cuidava com carinho de um pássaro ferido e
cada ser vivo sentia-se mais feliz em Sua presença.{VJ 20.4}
Educação equilibrada
Nos dias de Cristo, os judeus prezavam muito a educação de
seus filhos. Suas escolas eram anexas às sinagogas ou casas de culto e os
professores eram chamados de rabis, homens tidos como cultos e preparados para
o ensino.{VJ 20.5}
Jesus não frequentava essas escolas, pois muitas coisas
ensinadas não eram verdadeiras. Em vez da Palavra de Deus, os preceitos dos
homens eram estudados e, com freqüência, tais ensinos eram contrários à Palavra
que Deus havia ensinado através de Seus profetas.{VJ 20.6}
O próprio Deus, por meio do Espírito Santo, instruiu Maria
na educação de seu filho. Maria ensinava a Jesus as Sagradas Escrituras e Ele
aprendeu a ler e a estudar por Si mesmo.{VJ 20.7}
Jesus também apreciava estudar as maravilhas da Criação de
Deus, na Terra e no céu. No livro da natureza, Ele aprendia sobre as plantas e
animais, sobre o Sol e as estrelas.{VJ 20.8}
Dia após dia, Ele os observava e tentava extrair lições
deles a fim de compreender a razão de todas as coisas.{VJ 20.9}
Anjos santos O acompanhavam e O ajudavam a aprender essas
coisas ligada a Deus. Assim, Ele crescia em estatura e força, e crescia também
em conhecimento e sabedoria.{VJ 20.10}
Toda criança pode adquirir conhecimento assim como Jesus.
Deveríamos gastar tempo em aprender apenas o que é verdadeiro. Falsidade e
mentiras não nos farão bem.{VJ 20.11}
Somente a verdade tem valor e isso podemos aprender na
Palavra de Deus e em Suas obras. Quando estudamos essas coisas, os anjos nos
ajudam a compreendê-las.{VJ 20.12}
Poderemos ver a sabedoria e bondade de nosso Pai celestial.
Nosso intelecto se fortalecerá e nosso coração se tornará puro, e seremos mais
semelhantes a Cristo.{VJ 20.13}
O Cordeiro de Deus
A cada ano, José e Maria viajavam a Jerusalém para as
festividades da Páscoa. Quando Jesus tinha doze anos de idade, eles O levaram
consigo.{VJ 21.1}
Era uma jornada agradável. As pessoas iam a pé ou em lombo
de bois ou jumentos, gastando alguns dias na viagem. A distância entre Nazaré e
Jerusalém é cerca de 100 quilómetros. De todas as partes e até mesmo de outros
países, vinham pessoas para a festa e os que moravam na mesma região seguiam em
caravanas.{VJ 21.2}
A festa era celebrada no fim de Março ou começo de Abril.
Era primavera na Palestina e toda a terra ficava coberta de flores e alegre com
a presença dos pássaros.{VJ 21.3}
A caminho, os pais contavam aos filhos as maravilhas que
Deus havia operado em favor de Israel no passado e, com freqüência, cantavam os
lindos salmos de Davi.{VJ 21.4}
Nos dias de Cristo, as pessoas eram frias e formais em sua
dedicação a Deus. Pensavam mais em sua satisfação própria do que na bondade de
Deus para com eles.{VJ 21.5}
Todavia, não era assim com Jesus. Ele gostava de meditar a
respeito de Deus. Quando chegou ao templo, observou a atividade dos sacerdotes.
Inclinou-Se com os adoradores para orar e Sua voz uniu-se à deles em cânticos
de louvor.{VJ 21.6}
A cada tarde e manhã, um cordeiro era oferecido sobre o
altar. O ato representava o sacrifício do Salvador. Enquanto os olhos do menino
Jesus observavam a vítima inocente, o Espírito Santo fazia-O compreender o
significado daquela morte. Sabia que Ele próprio, como o Cordeiro de Deus,
devia morrer pelos pecados dos homens.{VJ 21.7}
Com tais pensamentos em mente, Jesus preferia ficar a sós.
Desse modo, não permaneceu com Seus pais no templo; e, quando regressaram, não
estava com eles.{VJ 21.8}
Menino brilhante
Em uma sala anexa ao templo havia uma escola dirigida pelos
rabinos e foi para aquele lugar que Jesus Se dirigiu depois de algum tempo.
Assentou-Se com outras crianças de Sua idade aos pés dos grandes mestres e
ouviu suas palavras.{VJ 21.9}
Os judeus tinham muitas idéias erradas acerca do Messias.
Jesus sabia disso, mas não contradizia os homens cultos. Fazia perguntas a
respeito do que os profetas haviam escrito, como alguém que desejava
aprender.{VJ 21.10}
O capítulo 53 de Isaías fala a respeito da morte do
Salvador. Jesus leu esse texto e perguntou aos rabis acerca do seu
significado.{VJ 21.11}
Os mestres não puderam responder. Começaram, então, a fazer
perguntas a Jesus e se surpreenderam com o conhecimento que Ele tinha das
Escrituras.{VJ 22.1}
Viram que Sua compreensão da Bíblia era muito melhor do que
a deles. Perceberam que seus ensinos estavam errados, mas não estavam dispostos
a acreditar em algo diferente.{VJ 22.2}
Jesus portava-Se com tanta modéstia e cortesia que não
puderam contrariá-Lo. Queriam mantê-Lo como aluno para ensiná-Lo a explicar a
Bíblia como eles faziam.{VJ 22.3}
Quando José e Maria deixaram Jerusalém para retornar ao lar,
não perceberam a ausência de Jesus. Pensaram que Ele estivesse na companhia de
algum de seus amigos.{VJ 22.4}
Mas ao pararem para acampar à noite, sentiram falta da Sua
cooperação. Procuraram por Ele entre os grupos, mas em vão.{VJ 22.5}
José e Maria sentiram um grande temor. Lembraram-se de que
Herodes havia tentado matar Jesus em Sua infância e temeram que algum mal Lhe
tivesse acontecido.{VJ 22.6}
Com o coração entristecido, voltaram a Jerusalém, mas não
puderam achar o menino, senão depois de três dias.{VJ 22.7}
Grande foi a alegria ao reencontrá-Lo, embora Maria O
repreendesse por tê-los deixado. Ela disse:{VJ 22.8}
“Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu,
aflitos, estamos à Tua procura. Ele lhes respondeu: Por que Me procuráveis? Não
sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai?” Lucas 2:48, 49.{VJ 22.9}
Ao falar essas palavras, Jesus apontou para o céu. Em Seu
rosto havia uma luz que os deixou admirados. Jesus sabia que era o Filho de
Deus e Ele estivera fazendo o trabalho para o qual Deus O enviara ao mundo.{VJ
22.10}
Maria jamais se esqueceu dessas palavras. Nos anos
seguintes, ela compreendeu melhor seu maravilhoso significado.{VJ 22.11}
A melhor companhia
José e Maria amavam a Jesus, embora o fato de tê-Lo perdido
demonstrasse certa negligência da parte deles. Haviam-se esquecido da obra que
Deus lhes havia confiado. Bastou-lhes um dia de negligência para perderem
Jesus.{VJ 22.12}
Do mesmo modo hoje, muitos perdem a companhia de Jesus.
Quando não apreciamos pensar nEle ou orar a Ele, quando nos ocupamos em
conversas fúteis, desagradáveis ou más, separamo-nos de Cristo. Sem Ele,
sentimo-nos tristes e solitários.{VJ 22.13}
Mas se realmente desejamos Sua companhia, Ele sempre estará
conosco. O Salvador ama estar com todos os que apreciam Sua presença. Ele
iluminará o lar mais pobre e alegrará o coração mais triste.{VJ 22.14}
Uma vida exemplar
Embora soubesse que era o Filho de Deus, Jesus retornou a
Nazaré, em companhia de José e Maria. Até trinta anos de idade, “era-lhes
submisso”. Lucas 2:51.{VJ 22.15}
Aquele que havia sido Comandante do Céu, tornara-Se, na
Terra, um filho obediente. As grandes coisas trazidas à Sua mente pelas cerimónias
do templo ficavam reservadas em Seu coração, todavia, esperou até o tempo
determinado para realizar a obra que Deus Lhe havia designado.{VJ 22.16}
Jesus viveu no lar de um operário, um homem pobre. Com
fidelidade e alegria cumpria Sua parte para ajudar no sustento da família.
Quando obteve idade suficiente, aprendeu o ofício e passou a trabalhar na
carpintaria com José.{VJ 22.17}
Vestido com a roupa rústica dos operários, passava pelas
ruas do vilarejo, indo e vindo do trabalho. Jamais usou Seu poder divino para
tornar a vida mais fácil para Si.{VJ 22.18}
Enquanto Jesus trabalhava, durante a infância e juventude,
Seu corpo e mente se tornaram vigorosos. Ele empregava todas as Suas faculdades
de modo a conservá-las saudáveis para realizar o melhor trabalho possível. {VJ
22.19}
Tudo o que fazia era bem feito. Desejava ser perfeito, até
mesmo no manejo das ferramentas. Por Seu exemplo, nos ensinou que devemos ser
laboriosos e realizar nossas tarefas cuidadosamente; que um trabalho realizado
desse modo é honroso. Todos devem ocupar-se de algo que seja útil para si
mesmos e para os outros.{VJ 23.1}
Deus nos deu o trabalho como uma bênção e Ele se agrada com
as crianças que desempenham sua parte nos deveres domésticos, aliviando o fardo
do pai e da mãe. Tais crianças, ao crescer e deixar a família, serão uma bênção
para a sociedade.{VJ 23.2}
Os jovens que, por princípio, procuram agradar a Deus
realizando o trabalho corretamente serão úteis ao mundo. Ao ser fiéis em
posições humildes, estão se preparando para ocupar posições mais elevadas.{VJ
23.3}
Conflitos da vida
diária
Os mestres judeus haviam estabelecido muitas regras para o
povo e exigiam deles a prática de muitas coisas que Deus não havia ordenado.
Até mesmo as crianças tinham que aprender a obedecer a tais regras. Jesus,
porém, não procurou aprender o que os rabis ensinavam. Ele cuidava em não falar
desrespeitosamente desses professores, mas estudava as Escrituras e obedecia às
leis de Deus.{VJ 25.1}
Com frequência era repreendido por não proceder como os
outros meninos. Então mostrava pela Bíblia o que era correto.{VJ 25.2}
Jesus Se empenhava continuamente em tornar os outros
felizes. Como era cortês e bondoso, os rabinos esperavam que um dia Ele Se
sujeitasse aos seus ensinos. Porém, não foi assim. Quando pressionado a
obedecer às suas regras, Ele mostrava o que a Bíblia ensinava. Tudo o que ela
dissesse, Ele estaria disposto a obedecer.{VJ 25.3}
Tal atitude irritava os mestres. Sabiam que suas regras eram
contrárias à Bíblia, todavia, exigiam que Jesus obedecesse a elas.{VJ 25.4}
Como não o fizesse, foram se queixar a Seus pais. José e
Maria achavam que os rabinos eram pessoas boas e Jesus sofreu pressões, as
quais foram difíceis de suportar.{VJ 26.1}
Os irmãos de Jesus tomaram partido dos rabinos. As palavras
desses mestres, diziam eles, devem ser acatadas como a Palavra de Deus. E
reprovavam Jesus por colocar-Se acima dos líderes do povo.{VJ 26.2}
Os rabinos julgavam-se superiores aos demais homens e não se
associavam com pessoas comuns. Desprezavam os pobres e os ignorantes. Até mesmo
os doentes e sofredores eram deixados sem esperança e conforto.{VJ 26.3}
A bondade em pessoa
Jesus mostrava um amorável interesse por todos. Tentava
ajudar a qualquer pessoa que encontrava. Não tinha muito dinheiro para dar, mas
freqüentemente deixava de Se alimentar para poder ajudar os outros.{VJ 26.4}
Quando Seus irmãos falavam duramente com os pobres e
desamparados, Jesus ia até eles e lhes dirigia palavras de bondade e
encorajamento. Aos sedentos e famintos, sempre lhes trazia um copo de água fria
e, com freqüência, repartia com eles Seu próprio alimento. Tudo isso
desagradava Seus irmãos. Eles O ameaçavam e tentavam aterrorizá-Lo, mas Jesus
não abandonava Sua posição firme, fazendo o que Deus havia ordenado.{VJ 26.5}
Muitas foram as provações e tentações de Jesus. Satanás
vivia em Seu encalço, procurando vencê-Lo.{VJ 26.6}
Se Jesus praticasse um único ato errado, ou se dissesse uma
palavra impaciente, não poderia ter sido nosso Salvador, e então o mundo
inteiro se perderia. Satanás sabia disso, e era por esse motivo que
insistentemente tentava levar Jesus a pecar.{VJ 26.7}
O Salvador era guardado constantemente por anjos celestiais,
porém Sua vida foi uma luta constante contra os poderes das trevas. Nenhum de
nós jamais enfrentará tentações tão pesadas como as que sofreu.{VJ 26.8}
Mas a cada tentação, respondia: “Está escrito.” Mateus 4:4.
Não reprovava as más ações de Seus irmãos, mas lhes mostrava o que Deus havia
dito.{VJ 26.9}
Nazaré era uma aldeia ímpia, e a garotada tentava levar
Jesus aos seus maus caminhos. Ele era inteligente e alegre, por isso apreciavam
Sua companhia.{VJ 26.10}
Mas Seus princípios piedosos provocavam-nos à ira.
Freqüentemente, ao Se recusar a participar de algum ato proibido, Ele era
chamado de covarde. Várias vezes zombaram dEle por Se mostrar zeloso até nas
pequenas coisas. A tudo respondia: “Está escrito.” Mateus 4:4. “O temor do
Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento.” Jó 28:28. Amar o
mal é amar a morte porque “o salário do pecado é a morte”. Romanos 6:23.{VJ
26.11}
Jesus não reivindicava Seus direitos. Quando maltratado, suportava
com paciência. Por ser tão disposto e resignado, não raro, tornavam Seu
trabalho desnecessariamente mais difícil. Mesmo assim, não desanimava, porque
sabia que podia contar com a admiração do Pai celestial.{VJ 28.1}
Jovem de oração
Passava as horas mais felizes quando estava a sós com Deus
em meio à natureza. Ao terminar o trabalho, apreciava ir aos campos para
meditar nos vales verdejantes ou para orar a Deus nas montanhas, ou ainda, em
meio às árvores da floresta.{VJ 28.2}
Ouvia o gorjeio dos pássaros, cantando ao seu Criador e Sua
voz se unia à deles em alegres cânticos de louvor e agradecimento.{VJ 28.3}
Saudava cada manhã cantando hinos de louvor. Ao amanhecer
estava sempre em algum lugar sossegado, meditando em Deus, orando ou lendo a
Bíblia. Depois dessa hora tranquila, voltava para casa e assumia Seus deveres
diários de forma exemplar. Onde quer que estivesse, Sua presença parecia trazer
os anjos para perto. Todas as pessoas sentiam a influência de Sua vida pura e
santa.{VJ 28.4}
Íntegro e puro, caminhava entre os negligentes, os brutos,
os intratáveis, entre os coletores de impostos desonestos, entre os pródigos
perdulários, entre os samaritanos injustos, entre os soldados pagãos, entre os
camponeses rudes.{VJ 28.5}
Distribuía palavras de simpatia aqui e ali. Quando
encontrava alguém curvado sob os fardos da vida, aliviava-lhes o peso,
repetindo as lições que havia aprendido da natureza, do amor, da simpatia e da
bondade de Deus.{VJ 28.6}
Ensinava-lhes a olhar para si mesmos como portadores de preciosos
talentos que, se corretamente usados, lhes dariam riquezas eternas. Por Seu
próprio exemplo, ensinou que cada minuto é importante e deve ser empregado em
alguma atividade útil.{VJ 28.7}
Jamais considerou o ser humano de pouco valor, ao contrário,
sempre tentou encorajar os mais rudes e pouco promissores. Dizia-lhes que Deus
os amava como Seus filhos e que podiam se tornar semelhantes a Ele no
caráter.{VJ 28.8}
Assim, desde os mais tenros anos da infância, Jesus
trabalhou em favor do próximo. Ninguém podia fazê-Lo desistir desse trabalho,
nem os preparados doutores, nem Seus próprios irmãos. Com um motivo sincero,
cumpriu o propósito de Sua vida, pois Ele devia ser a luz do mundo.{VJ 28.9}
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