Valor OnLine

09/05/2013 10h33 - Atualizado em 09/05/2013 11h43

Tesouro anuncia captação externa, com títulos em dólares para 2023

Como tem sido praxe, emissão será nos mercados americano e europeu.
Última vez em que o Brasil captou no exterior foi em setembro de 2012.

Do G1, em São Paulo

O Tesouro Nacional anunciou nesta quinta-feira  (9) que fará nova emissão de bônus denominado em dólares com vencimento em janeiro de 2023, com objetivo de dar mais liquidez ao papel. A emissão, segundo o Tesouro, será liderada pelos bancos Barclays e Citigroup.

Como tem sido praxe, os títulos serão emitidos nos mercados americano e europeu, e o Tesouro conta com a prerrogativa de dar seguimento à emissão na Ásia, após a abertura daquele mercado, diz o Valor Online.

Haverá divulgação de resultados no fim da emissão nos mercados norte-americano e europeu, e o resultado total será anunciado somente depois de concluída a eventual oferta no mercado asiático, explicou o Tesouro, de acordo com a Reuters.

Na quarta-feira, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que a "janela" do mercado estava aberta para uma nova captação soberana no exterior.

"Sim, cada vez mais enxergamos que isso deve ocorrer no próximo período", declarou. Augustin já havia adiantado que a captação deveria ser feita em bônus em dólares com prazo de dez anos. Segundo ele, a volatilidade do mercado diminuiu muito.

A última vez em que o Brasil captou no exterior foi em setembro de 2012, com o lançamento do bônus Global com vencimento em 2023. À ocasião, o país levantou US$ 1,25 bilhão nos mercados norte-americano e europeu. O cupom foi de 2,625% ao ano e o rendimento ao investidor ficou em 2,686% ao ano, o menor da história - até o momento, a menor taxa paga pelo Tesouro Nacional nas captações externas, de 3,44% ao ano, havia sido registrada em janeiro de 2012.

Emissões
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona?
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.

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