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Tuítes 'estúpidos' de adolescente abrem debate sobre direito a apagar passado na web

Paris Brown, 17, enfrenta repórteres após seus tuítes serem divulgados; jovem apagou a conta no Twitter - Gareth Fuller/AP
Paris Brown, 17, enfrenta repórteres após seus tuítes serem divulgados; jovem apagou a conta no Twitter Imagem: Gareth Fuller/AP

09/04/2013 09h31

A primeira comissária de polícia para a juventude da Grã-Bretanha, Paris Brown, de 17 anos, está sendo investigada por comentários supostamente racistas e homofóbicos feitos em sua conta de Twitter quando ela tinha entre 14 e 16 anos.

O caso, que ganhou destaque na mídia britânica, chama atenção para questões de privacidade na internet, principalmente, quando dizem respeito a menores de idade.

A EU (União Europeia), por exemplo, discute uma proposta de lei conhecida como "direito ao esquecimento". Segundo a proposta, indivíduos poderiam solicitar a empresas de redes sociais como o Twitter para que seus todos os seus dados fossem retirados dos servidores.

Estas empresas teriam de acatar tais pedidos, a não ser que alegassem haver razões "legítimas" para não fazê-lo.

Uma porta-voz da Comissão de Justiça Europeia, Viviane Reding, disse à BBC que a proposta, divulgadas no ano passado, foi criada pensando nos jovens.

Polêmica
Paris Brown encerrou sua página no Twitter após o escândalo, mas os posts polêmicos, que incluem ainda referência a uso de drogas e sexo, continuam disponíveis em outras plataformas.

A investigação da polícia de Kent visa determinar se Paris Brown teria cometido algum delito com os tuítes que postou.

O caso teve grande repercussão, pois a jovem é a primeira a ocupar o recém-criado cargo - no condado de Kent - para trabalhar como uma espécie de ponte entre a polícia local e os jovens.

'Linguagem inapropriada'
Paris Brown se desculpou pelos comentários e por possíveis ofensas causadas pelo que chamou de ''uso de linguagem inapropriada''.
Políticos locais estão agora pressionando para que a jovem renuncie ao cargo, mas a polícia de Kent e a comissária local, Ann Barnes, defenderam-na.

Em um comunicado oficial, Paris Brown negou ser racista, homofóbica, pró-violência ou de fazer apologia das drogas. Ela diz que seus tuítes foram "estúpidos e imorais".

"Se sou culpada de alguma coisa, é de ter me exibido e de exagerar coisas no Twitter, e estou com muita vergonha de mim mesmo, mas não posso imaginar que fui a única adolescente a ter feito isso", comentou.

Ao fazer comentários públicos sobre o caso, na segunda-feira, Paris Brown chegou a chorar diante das câmeras.

Em defesa da jovem, a comissária de polícia afirmou que ''jovens cometem erros". "Os tuítes foram "uma desgraça, ela (Paris) está envergonhada e eu estou envergonhada por ela", disse Ann Barnes.

"A única desculpa que darei é que ela escreveu os comentários em sites de redes sociais quando tinha entre 14 e 16 anos e jovens cometem erros. Ela tem meu apoio...não acredito que isso vá acontecer de novo".