Agricultores do noroeste de Minas Gerais denunciam o sumiço de milhares de sacas de milho dos estoques da companhia de armazéns e silos do estado. Eles depositaram a safra colhida no ano passado, à espera de melhores preços, e na hora de vender não encontraram nada.
O agricultor José Joaquim Barbosa de Freitas está desesperado. Mais da metade do milho que depositou em setembro do ano passado, na Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais, desapareceu. “Nós fizemos uma colheita de safrinha e entregamos quase 35 mil sacas de milho. Depositamos na CASEMG de Paracatu. Vendemos uma parte, quando em novembro fomos vender a outra parte, tinha desaparecido 22 mil sacos de milho”.
O agricultor Antônio Arquimedes Oliveira também fez depósitos de milho na empresa e não conseguiu reaver todo o produto. “Depositei e fui vendendo por etapas. Chegou um determinado momento em que não tinha mais milho na CASEMG”.
Os armazéns da CASEMG em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, têm capacidade para estocagem de 22 mil toneladas de grãos e cereais. A direção da empresa reconheceu que houve desvio do milho e disse que foram abertas duas sindicâncias internas, além da instauração de inquéritos nas polícias Civil e Federal. “Nenhum cliente nosso será prejudicado. Essa questão é pontual, ocorrida em uma unidade, mas nós estamos tratando de coibir tudo isso. Vamos resolver este problema e dar uma solução para esta empresa”, afirma Márcio da Silva Cunha, diretor-presidente da CASEMG.
A direção da CASEMG já sabe que pelo menos quatro agricultores e duas empresas foram prejudicados pelo desvio dos estoques de milho.