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Revista do ano: Novembro

Angela Merkel esteve pouco mais de seis horas em Lisboa. Elogiou os esforços do Governo e prometeu apoio. Passos agradeceu e pediu protecção. Novembro é ainda marcado pela greve geral de dia 14 – e por cenas de violência em frente ao Parlamento – e pela aprovação do Orçamento do Estado. Toda a oposição – e um deputado do CDS – votou contra.

Ana Luísa Marques anamarques@negocios.pt 26 de Dezembro de 2012 às 00:01

Os momentos nacionais 

 

12 de Novembro Angela Merkel em Portugal. Merkel teceu elogios ao esforço reformista no país, reconheceu a gravidade da situação e prometeu apoio da comunidade empresarial e a experiência alemãs para que Portugal recupere indústrias e emprego e ajude a Europa a recuperar liderança na economia global. Passos protegeu Merkel de culpas de governos passados, e pediu-lhe protecção reforçada na rectaguarda: é  preciso suavizar restrições no crédito e poupar o país de cortes no novo pacote de fundos europeus para acelerar a saída da recessão.   

 

14 de Novembro Greve geral marcada por cenas de violência. A CGTP aponta para que a adesão tenha sido de 50% em todos os serviços. Transportes públicos, serviços de finanças, hospitais e outros serviços públicos foram afectados. Nas ligações aéreas foram cancelados mais de 200 voos. O metro de Lisboa esteve encerrado.

 

A manifestação inicialmente convocada pela CGTP acabou por dar origem a outros protestos marcados por episódios de violência. A polícia carregou sobre quem se manifestava no Parlamento, depois de ter sido atingida por pedras e outros objectos durante uma hora.   

 

21 de Novembro Nuno Santos demite-se da direcção de informação da RTP. Nuno Santos, director de informação da estação pública de televisão, demitiu-se devido ao alegado visionamento de imagens não editadas dos incidentes de 14 de Novembro pela PSP nas instalações da RTP

 

Segundo a administração da RTP, responsáveis da direcção de informação da RTP facultaram, nas instalações da empresa, a visualização de imagens dos incidentes a elementos estranhos à empresa. As imagens em questão, que desencadearam a posição da administração da empresa, não terão sido editadas.

 

27 de Novembro Orçamento do Estado para 2013 aprovado com um voto contra do CDS. Como era expectável, o Orçamento do Estado para 2013, que contém, nas palavras de Vítor Gaspar, um "enorme aumento de impostos", e as Grandes Opções do Plano foram aprovados com o mesmo sentido de voto: com os votos favoráveis do PSD e do CDS, e com o voto contra de PS, PCP, Bloco de Esquerda, Verdes e do deputado do CDS, Rui Barreto, eleito pelo círculo da Madeira.

  

28 de Novembro Diluição dos subsídios de férias e Natal vai ser obrigatória. Governo quer que as empresas paguem em duodécimos metade dos subsídios de férias e de Natal.

 

29 de Novembro Isabel dos Santos dá a cara pela Zon. Isabel dos Santos, a maior accionista da Zon, com 28,8% do capital, assume o lugar de administradora não executiva da empresa.  

 

Deus nos livre de algum dia nos aproximarmos da situação em que a Grécia se encontra. 
Cavaco Silva
Diria ao meu amigo [Vítor] Gaspar para não exagerar na austeridade. 
Paul de Grauwe, economista

Os momentos internacionais

 

6 de Novembro Barack Obama é reeleito presidente dos Estados Unidos. Barack Obama venceu todas as batalhas. Bateu as sondagens e os analistas, a radicalização do Partido Republicano e, acima de tudo, a crise. Numa eleição que se adivinhava muito renhida, o candidato democrata venceu com larga vantagem sobre Mitt Romney, provando que o resultado de 2008 não foi conjuntural. Com esta vitória, Obama torna-se no primeiro Presidente desde a II Guerra Mundial a ser reeleito com uma taxa de desemprego acima dos 7,5%. 

 

20 de Novembro Moody's corta rating da França. Dez meses depois de ter perdido o rating máximo da Standard & Poor's, a França perde a notação de excelência da Moody's. Entre as grandes agências, apenas a Fitch atribui ainda a sua melhor classificação à dívida pública da segunda maior economia do euro.   

 

25 de Novembro Artur Mas vence eleições na Catalunha mas sem maioria absoluta. As eleições antecipadas, convocadas por Mas para pedir aos catalães uma "maioria extraordinária" que permitisse à CiU avançar com um referendo sobre a independência e, pelo meio, forçar Madrid a devolver a Barcelona parte dos impostos cobrados na região, traduziram-se num tiro no pé. Em vez de mais deputados, a CiU perdeu 12 e tem agora apenas 50 lugares em 135. É ainda o partido mais votado, mas ficou mais frágil (arrecadou o pior resultado desde 1980) e terá de procurar alianças de governo num parlamento mais fragmentado.

 

27 de Novembro Eurogrupo aprova novas regras para o empréstimo à Grécia. Após uma longa maratona negocial, os ministros das Finanças da Zona Euro decidiram prolongar o prazo de maturidade dos empréstimos do FEEF à Grécia em 15 anos e reduzir as comissões pagas pelos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira em de 10 pontos base. O acordo sobre a Grécia inclui uma "descida de 100 pontos base da taxa de juro imposta à Grécia nos empréstimos concedidos" bilateralmente. O acordo estipula ainda que os Estados-membros sob programa, ou seja, Portugal e a Irlanda, "não vão participar nos cortes das taxas de juro enquanto estiverem a receber assistência financeira".

 

28 de Novembro Bruxelas aprova ajuda à banca espanhola. O montante do empréstimo europeu para recapitalizar os bancos espanhóis ascende a 37 mil milhões de euros. Este valor será injectado em quatro bancos já nacionalizados - entre eles o Bankia, que sozinho absorve18 mil milhões de euros. Entre as condições impostas por Bruxelas constam a proibição de realizar aquisições ou práticas comerciais agressivas. Os bancos terão ainda de reduzir em 60% os activos detidos.

 
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