18/12/2012 15h53 - Atualizado em 18/12/2012 16h05

Obra necessária para evitar blecaute aumentaria conta de luz, diz ONS

Hermes Chipp diz que país precisa de mais linhas de transmissão.
Segundo ele, custo alto impede governo de autorizar todas as obras.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse nesta terça-feira (18) que a solução para os constantes blecautes registrados no país passa pela construção de um grande conjunto de novas linhas de transmissão de energia. Segundo ele, porém, o governo não tem como autorizar todas as obras necessárias porque a conta de luz subiria “assustadoramente.”

Desde setembro, o país registrou seis desligamentos no fornecimento de energia que afetaram vários Estados. O último, no sábado (15), atingiu uma usina em Itumbiara (GO) e deixou no escuro parte da população de 12 Estados, entre eles Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Chipp negou que os problemas tenham sido provocados por falta de manutenção de equipamentos na rede elétrica. Ele apontou, porém, que o governo tem “uma indicação de que algumas subestações não têm a configuração mais adequada” para a realidade da demanda por energia no país hoje.

Transmissão

De acordo com o diretor-geral do ONS, o país precisa expandir a sua rede de linhas de transmissão para reduzir os riscos de blecaute ou apagão.

Ele não soube dizer o valor do investimento para dar conta da demanda atual, mas apontou que os leilões feitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para contratar a construção de novas linhas estão abaixo do necessário.

“Você vê que o leilão tem oito, nove linhas. Mas se você pega um relatório de planejamento do ONS, a recomendação do que precisa fazer é muito mais, de coisa nova. Mas você não pode fazer tudo de uma vez só, senão a tarifa [de energia] vai lá para cima”, disse Chipp.

Com uma rede maior de linhas de transmissão, o risco de blecautes diminui porque o transporte de energia deixa de ficar concentrado em poucos canais. Além disso, caso haja falha em uma linha, as outra podem continuar a fornecer a energia que abastece uma determinada região.

A construção dessas linhas, porém, é bancada pelos consumidores de energia via tarifa. Segundo Chipp, para evitar onerar demais a população e as empresas, o governo elege as obras prioritárias para ir a leilão. Mas essa decisão eleva os riscos de falhas na rede.

“Precisa ter aquele equilíbrio: olha, aqui eu vou correr um pouco mais de risco, aqui eu não vou, para não deixar isso [a tarifa] subir assustadoramente”, disse o diretor-geral do ONS. Ele comparou a tomada de decisão nessa área à escolha de um seguro de carro, em que uma apólice com cobertura total é mais cara do que outra, parcial.

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