Os problemas da Grécia voltaram ao foco na agenda da zona do euro, com economistas e analistas alertando que o país está mais próximo do que nunca de ficar sem dinheiro em caixa. O governo de coalizão, formado há apenas cinco meses, também está sob ameaça, dizem especialistas.
"A Grécia está ficando sem dinheiro. A atual estratégia não está funcionando de fato e há riscos políticos significativos", disse Thanos Vamvakidis, economista do Bank of America Merrill Lynch, em entrevista à rede de televisão americana "CNBC".
A economia da Grécia tem decepcionado em todas as métricas - crescimento, taxa de desemprego e redução de dívida - desde que os termos do primeiro pacote de ajuda foram acordados.
"O país pode receber a próxima tranche só porque é do interesse de todos manter a Grécia em andamento até a próxima revisão", disse Nicholas Spiro, diretor-geral da Spiro Sovereign Strategy.
Vamvakidis, do BofA, acredita que os mercados só não estão mais concentrados na situação da Grécia porque acreditam que, de alguma forma, a Alemanha irá ajudar a manter o país no bloco até as próximas eleições. Ainda assim, ele alerta que a dinâmica da dívida grega é insustentável. "É necessário outro corte oficial e essa é uma decisão politicamente difícil", disse.
Vamvakidis descreveu as negociações euro-dólar como "muito baratas" e "abaixo dos níveis da crise grega" no momento. Para o economista, a volatilidade desse spread deve se manter elevada na próxima semana.
O governo de coalizão da Grécia, estabelecido após eleições conturbadas em junho deste ano, perdeu dois membros recentemente no Parlamento. O Partido Socialista (Pasok), um dos partidos políticos que dominaram a Grécia por décadas, estava indeciso em apoiar ou não as reformas locais. O Esquerda Democrática ameaça votar contra as reformas trabalhistas propostas. Uma greve geral já foi convocada para a próxima semana, pressionando o Parlamento enquanto as reformas são debatidas. Nicholas Spiro, ressalta que esses desacordos podem prejudicar a permanência de Samaras no governo.
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